Edinho Silva está sendo posto exatamente para fazer aquilo que Traumann confessou em seu sincericídio
Pergunta: Até que ponto o discurso a favor da liberdade de imprensa de Dilma fica incoerente em relação ao que ela também anunciou na posse do novo ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva?
Resposta: Os jornais desta quarta-feira todos destacaram a defesa veemente que a presidente Dilma Rousseff fez à liberdade de imprensa na posse do novo Sec. de Comunicação Edinho Silva.
Não é a primeira vez, a presidente tem sido coerente nesta defesa, mas ela falou algo que talvez nem ela e nem seus assessores mais próximos tenham entendido, mas é difícil que Edinho não tenha entendido.
O único jornal que destacou isso foi a Folha de S. Paulo e, segundo a Folha de S. Paulo, Dilma disse que as verbas da publicidade do Estado brasileiro irão para mais veículos.
Ela disse exatamente que SECOM apoiará a expansão das teias de opiniões, olhares e interpretações da realidade; adotará critérios justos e corretos na veiculação dos seus serviços. Fecha aspas. Ponto. E vamos para nossas observações.
A verba de publicidade no governo tem que ser usada para o Estado, de informação e orientação para o público, o governo não tem por que usar verbas para estimular a rede de opiniões que é simplesmente a tradução do que Thomas Traumann disse em seu documento sigiloso, que foi publicado a própria Dilma.
Ou seja, fica claro, depois desta afirmação e também da afirmação de que Dilma vai pôr mais dinheiro nessa publicidade estatal, que também está no noticiário, que Edinho Silva vai apenas cumprir o que Traumann aconselhou na carta, no documento, que aliás o levou à derrocada.
Quer dizer, Edinho Silva está sendo posto exatamente para fazer aquilo que Traumann confessou em seu sincericídio né? Que é misturar, como continua sendo misturado nestes doze anos de governo petista, o Estado, o partido e a pessoa. O político. A pessoa.
Como espécie de estímulo ao culto a personalidade. É um absurdo que isso aconteça, inclusive por que tudo está sendo feito em nome de um dos conceitos mais nobres da democracia, que é a liberdade de expressão e de opinião.
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