Eduardo Campos se atrapalhou e Everaldo surpreende em pesquisa Datafolha

  • Por Jovem Pan
  • 06/06/2014 14h30
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Reinaldo, você volta ao Datafolha com dois outros destaques. Quais são?

Há duas outras considerações importantes que devem ser feitas sobre a pesquisa Datafolha. O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, está minguando. Nos últimos tempos, ele decidiu se distanciar do tucano Aécio Neves e acentuou aquele seu discurso que sempre me pareceu muito difícil: proteger o lulismo e concentrar seus ataques em Dilma Rousseff. A queda de 4 pontos é bastante acentuada. Há um mês ele tinha 11% das intenções de voto, e agora só tem 7. O que dizer? Marina Silva já lhe rendeu muita dor de cabeça, ajudando a desfazer alguns palanques que o PSB estava construindo e, até agora ao menos, voto nenhum.

Campos, nitidamente, se atrapalhou. Segundo a pesquisa Datafolha, no grupo das pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo, os votos em Aécio cresceram de 27%, há dois meses, para 31%. No caso de Campos, aconteceu o contrário: ele tinha 15% das intenções de voto nessa categoria, e agora só tem 10%. Tudo indica que o ex-governador de Pernambuco terá de voltar à prancheta e repensar a sua estratégia.

Para ficar naquela geografia tradicional, cumpre notar que um Campos que se situava um pouco mais, digamos à direita, com um sotaque um tantinho mais conservador, parecia despertar mais interesse do que esse do último mês, com uma inflexão mais à esquerda e aparentemente ainda mais à sombra de Marina Silva, que pensa em apoiar, em São Paulo, imaginem vocês, a candidatura do PSOL ao governo do Estado.

Sabem quem surpreende? Pastor Everaldo, do PSC, que aparece com 4% dos votos. Pois é. Há no Brasil mais de 140 milhões de eleitores. Se o Datafolha estiver certo, Everaldo contaria hoje com 5,6 milhões de votos. É um patrimônio e tanto a ser disputado no segundo turno.

Ainda que ele seja tratado com preconceito aqui e ali, a verdade é que é um homem inteligente, articulado, que não faz o figurino exótico de muitos postulantes de legendas chamadas de “nanicas”. O programa nacional do PSC levado à televisão falava coisa com coisa e assumiu, sem qualquer receio ou medo de patrulha, um discurso que, na Europa ou nos Estados Unidos, seria chamado de saudavelmente conservador. Aos 7min35s, de um vídeo que está no site da Jovem Pan, Everaldo ataca o governo estatizante e deixa claro: seu partido é privatizante. Aprecio a sua coragem.

Com uma máquina de porte razoável na mão, Eduardo Campos tem apenas 7% dos votos. O Pastor Everaldo está com 4% sem ter sido governador de Estado nenhum, ou contar com o apoio de outros governadores. Convém prestar atenção. Ele pode, sim, fazer uma grande diferença nesta eleição.

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