Eduardo Cunha já torrou a paciência

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 20/11/2015 10h39
BRASÍLIA, DF - 17.11.2015: PMDB-REUNIÃO - Eduardo Cunha discursa - O vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, o presidente da Câmara Deputados, Eduardo Cunha, o ex-presidente José Sarney, o presidente da fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, e demais lideranças participam do Congresso do PMDB no Hotel Nacional, em Brasília, nesta quarta-feira. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) Pedro Ladeira/Folhapress Cunha

Minha, vamos dizer, paciência com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, se esgotou faz tempo. A sessão de hoje na Casa e o papelão de seus aliados no Conselho de Ética não deixam mais dúvida sobre o que está em jogo. Nesta quinta, Cunha afirmou que tomará a decisão sobre a denúncia contra Dilma ainda neste ano, contrariando informações que aliados seus puseram para circular, segundo as quais ele só se pronunciaria em 2016.

Disse Cunha: “Eu não falei isso para ninguém. Com certeza absoluta, será decidido neste ano. Não tem nada que ficar para 2016, tanto que essa semana eu decidi quatro [pedidos], e decido mais provavelmente hoje ou segunda. Não há nenhuma mudança em relação a isso”.

É claro que isso tudo já passou da conta.

Leitores me enviaram um link de um desses sites delinquentes, em que sou atacado por agora criticar Cunha. Segundo aquele lixo, eu passei a me opor ao presidente da Câmara, que teria sido um “aliado” meu, depois de ter ficado claro que ele desembarcou do impeachment.

Comecemos pelo menos importante: eu não tenho “aliados” na política. Ou por outra: as minhas únicas aliadas são as teses que defendo. Quando os políticos atuam em favor delas, aplaudo; quando contra elas, vaio. Isso não quer dizer que eu não possa eventualmente aplaudir a quem já vaiei e também o contrário.

Sei que certa canalha não entende: mas o nome disso é “independência intelectual”. Como sou pago para escrever o que penso, não o que pensam os que me pagam, não tenho compromisso em sempre elogiar A e sempre criticar B. Ontem, por exemplo, elogiei dois vetos de Dilma: a proposta que estendia a todas as faixas de aposentadoria o reajuste do mínimo e a que corrigia o salário dos servidores do Judiciário em quase 60% até 2018.

Os braços de aluguel, que são pagos para bater ou para acariciar — pouco importando o que façam os alvos de seus agravos e desagravos —, realmente não conseguem entender que alguém possa dar uma opinião sem antes passar no caixa clandestino de bandidos.

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