Eis o amigão de Dilma: Maduro manda encapuzados prenderem líder da oposição

  • Por Jovem Pan
  • 20/02/2015 12h19
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Reinaldo, a ditadura Venezuelana prendeu um líder da oposição. O que isso tem a ver com o Brasil?

Muita coisa. Um dia depois de milhares de venezuelanos terem ido às ruas para protestar contra a prisão do oposicionista Leopoldo López, que completou um ano nesta quarta, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, mandou prender nesta quinta Antonio Ledezma, prefeito da área metropolitana de Caracas, outro membro destacado da oposição. Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), a polícia política do regime, cercaram o edifício onde ele despacha, encapuzados e armados até os dentes. Maduro, o tirano, foi à TV – prerrogativa de que não dispõem seus opositores – para acusar o adversário de tramar um golpe de estado.

A Venezuela vive uma das piores crises de sua história. No ano passado, a economia encolheu 2,8%. Filas enormes se formam em busca de produtos básicos, em razão do desabastecimento. A inflação, estima-se, passa dos 70% ao ano. Maduro é obrigado a se escorar hoje numa camarilha militar corrupta, notoriamente ligada ao narcotráfico. Restou-lhe a tática do cachorro louco: sair prendendo e, literalmente, matando. Lei aprovada no mês passado dá ao governo o direito de atirar em manifestantes para matar. Bem, no ano passado, o regime matou 43 pessoas nas ruas, mesmo sem lei.

Eles são iguais em toda parte, não é mesmo? No Brasil, os amigos de Maduro, os petistas, acusam de “golpistas” os que falam, por exemplo, que a presidente Dilma pode ou deve ser alvo de um processo de impeachment. Falei em Dilma? Pois é… O Brasil é o suposto líder da América Latina, não é mesmo? Bolivarianos e petistas são íntimos. Pertencem todos, diga-se, ao Foro de São Paulo, a organização que reúne partidos de esquerda da América Latina e Caribe, fundada por Lula e Fidel Castro. O que Dilma teria ou tem a dizer a respeito da escalada da tirania na Venezuela? Provavelmente, nada! Temo que a endosse.

Ou não foi ela quem patrocinou em 2012, em companhia de Cristina Kirchner, um golpe no Mercosul, suspendendo o Paraguai e abrigando a Venezuela? Para lembrar: os paraguaios se opunham à entrada do novo membro.

Segundo as regras do Mercosul, a adesão de um novo país ao bloco tem de ser aprovada pelos respectivos Parlamentos dos países membros. O Senado paraguaio, num rasgo de lucidez, recusava a entrada do ditador Hugo Chávez com base no Protocolo de Ushuaia, que estabelece as cláusulas democráticas.

ARTIGO 1

A plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo.

Não há uma só que explicasse a suspensão do Paraguai em 2012. Não há uma só que permitisse a entrada da Venezuela. Sabem quem anunciou a novidade? Cristina Kirchner, outra democrata exemplar, como sabia o promotor assassinado Alberto Nisman.

É bem verdade que Cristina tinha motivos para tentar recompensar Chávez. No dia 24 de setembro de 2008 , o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson confirmou à Justiça americana ter enviado, em agosto de 2007, US$ 6 milhões de Caracas para Buenos Aires, divididos em duas maletas. O dinheiro ilegal era destinado ao financiamento da candidatura de Cristina à Presidência. No momento, esta grande democrata está empenhada em destruir as instituições democráticas argentinas. Mas que ninguém ouse reagir, ou a safra de governantes que pretendem obter nas urnas o “direito” à ditadura gritam: “Golpe!!!”.

Há, sim, uma nova modalidade de golpe na América Latina: o golpe das eleições! A safra de candidatos a ditadores do continente acredita que as urnas lhes dão o direito de solapar até as urnas!

A diplomacia de Dilma Rousseff conseguiu ir mais baixo do que a de Lula.

A Venezuela tem de ser, quando menos, suspensa do Mercosul. É o que estabelece o tratado. A ordem democrática foi rompida. Dilma ocupa a presidência rotativa do bloco e, obviamente, não vai fazer nada. Vai ver está ainda comovida com o discurso em que Maduro saúda a sua vitória na eleição do ano passado. Segundo o ditador, o triunfo da governante alimenta a “força revolucionária da América Latina”. Era uma retribuição. A presidente brasileira foi à posse de Maduro, como se vê lá no alto, em 2013, numa eleição com sinais evidentes de fraude.

Em meu blog, vocês encontram a foto de Dilma na posse de Madura e o vídeo em que ele saúda a nossa revoulcionária. Segundo ele, todos pertencem a mesma patota. E eu acho que nesse aspecto, ao menos, o tirano está certo.

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