A eleição norte-americana e a formalidade do Colégio Eleitoral
Nesta segunda-feira, temos eleição presidencial americana. Isto mesmo, é a formalidade do Colégio Eleitoral, em que 538 pessoas escolhem Donald Trump ou Hillary Clinton com base nos eleitores que eles amealharam em cada estado em 8 de novembro.
O Colégio Eleitoral é aquilo que o presidente Obama descreveu na semana passada como um “vestígio”, um compromisso alcançado pelos fundadores da pátria entre os que queriam que o Congresso escolhesse o presidente e os que favoreciam o voto popular. Os 538 eleitores nesta segunda-feira equivalem ao número de representantes de cada estado na Câmara e Senado, mais 3 de Washington, o distrito federal.
Em 8 de novembro, Trump venceu Hillary Clinton por 306 a 232 no Colégio Eleitoral e pela quarta vez na história um presidente eleito vai assumir sem ter ganho o voto popular. Na formalidade desta segunda-feira, devem ocorrer algumas deserções eleitorais, refletindo um vitorioso particularmente polarizador e controvertido, atributos acentuados pela margem de vitória de Hillary na eleição popular por três milhões de votos.
Regras são regras, mas cabe agora ao presidente-eleito atravessar a pinguela (para usar uma expressão da crise brasileira) entre eleição dilacerante e cicatrização das feridas. Não será fácil e alguém com a personalidade de Trump não ajuda.
Basta ver os números da pesquisa The Wall Street Journal/NBC News divulgados no domingo. A maioria dos americanos (68%) acredita que Trump será o agente de mudanças que ele prometeu, mas estão divididos sobre o que elas vão representar.
Para todos os efeitos, mais da metade dos americanos acreditam que Trump trará mudanças negativas ou que as coisas devem continuar negativas. E tem mais: a maioria está significativamente incomodada pelos informes de que hackers a serviço dos russos influenciaram a eleição e que o presidente-eleito é muito amigável com Vladimir Putin.
Nem tudo é catástrofe desde 8 de novembro. Afinal, metade dos americanos aprovam a forma com a qual Trump toca a transição, enquanto 41% a desaprovam. No entanto, nem de longe equivale à lua-de-mel vivida por Barack Obama quando venceu em 2008. Neste ponto, há oito anos, 73% dos americanos aprovavam como Obama se preparava para ser presidente e apenas 13% desaprovavam. E vale lembrar que hoje Obama tem uma taxa de aprovação de 55%, saudável para os padrões americanos.
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