A eleição norte-americana e a formalidade do Colégio Eleitoral

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 19/12/2016 06h54
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NAP103 NÁPOLES (ITALIA), 18/10/2016.- Figuritas de los candidatos a la presidencia estadounidense, la demócrata Hillary Clinton (d) y el republicano Donald Trump (i), preparadas para formar parte de los tradicionales "belenes napolitanos", en uno de los establecimientos de la calle San Gregorio de Nápoles (Italia) hoy, martes 18 de octubre de 2016. EFE/Cesare Abbate EFE/Cesare Abbate Bonecos dos candidatos Donald Trump e Hillary Clinton - EFE

Nesta segunda-feira, temos eleição presidencial americana. Isto mesmo, é a formalidade do Colégio Eleitoral, em que 538 pessoas escolhem Donald Trump ou Hillary Clinton com base nos eleitores que eles amealharam em cada estado em 8 de novembro.

O Colégio Eleitoral é aquilo que o presidente Obama descreveu na semana passada como um “vestígio”, um compromisso alcançado pelos fundadores da pátria entre os que queriam que o Congresso escolhesse o presidente e os que favoreciam o voto popular. Os 538 eleitores nesta segunda-feira equivalem ao número de representantes de cada estado na Câmara e Senado, mais 3 de Washington, o distrito federal.

Em 8 de novembro, Trump venceu Hillary Clinton por 306 a 232 no Colégio Eleitoral e pela quarta vez na história um presidente eleito vai assumir sem ter ganho o voto popular. Na formalidade desta segunda-feira, devem ocorrer algumas deserções eleitorais, refletindo um vitorioso particularmente polarizador e controvertido, atributos acentuados pela margem de vitória de Hillary na eleição popular por três milhões de votos.

Regras são regras, mas cabe agora ao presidente-eleito atravessar a pinguela (para usar uma expressão da crise brasileira) entre eleição dilacerante e cicatrização das feridas. Não será fácil e alguém com a personalidade de Trump não ajuda.

Basta ver os números da pesquisa The Wall Street Journal/NBC News divulgados no domingo. A maioria dos americanos (68%) acredita que Trump será o agente de mudanças que ele prometeu, mas estão divididos sobre o que elas vão representar.

Para todos os efeitos, mais da metade dos americanos acreditam que Trump trará mudanças negativas ou que as coisas devem continuar negativas. E tem mais: a maioria está significativamente incomodada pelos informes de que hackers a serviço dos russos influenciaram a eleição e que o presidente-eleito é muito amigável com Vladimir Putin.

Nem tudo é catástrofe desde 8 de novembro. Afinal, metade dos americanos aprovam a forma com a qual Trump toca a transição, enquanto 41% a desaprovam. No entanto, nem de longe equivale à lua-de-mel vivida por Barack Obama quando venceu em 2008. Neste ponto, há oito anos, 73% dos americanos aprovavam como Obama se preparava para ser presidente e apenas 13% desaprovavam. E vale lembrar que hoje Obama tem uma taxa de aprovação de 55%, saudável para os padrões americanos.

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