Eleições norte-americanas afunilam cada vez mais

  • Por Caio Blinder
  • 26/04/2016 08h39
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Montagem sobre fotos/EFE Donald Trump e Hillary Clinton mantiveram suas vantagens e trocaram acusações sobre combate ao terrorismo

Após dias entretido no espetáculo político brasileiro, eu retorno para o meu circo habitual, o show eleitoral americano. Nesta terça-feira, temos mais uma rodada de primárias, em cinco estados da costa leste do país, entre eles um bem importante, a Pensilvânia. Será uma boa terça-feira para os líderes, o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton. 

As emoções esfriam entre os democratas. Hillary caminha para a coroação. A questão é como e quando será a desistência do desafiante Bernie Sanders, o senador e radical de esquerda. Sua teimosia deixa Hillary, a ex-primeira-dama, cada vez mais impaciente. Afinal, ela quer centrar fogo nos republicanos.
 
E entre os republicanos continua o fogo cerrado, que é cada vez menos fogo amigo. As emoções estão exaltadas e o clima de fato é de guerra civil. Um cenário possível é uma convenção contestada em julho. Mais uma prova está na decisão dos dois candidatos que ainda sobrevivem e confrontam Trump. São eles o senador texano Ted Cruz e o governador de Ohio, John Kasich.

 
Eles anunciaram que vão coordenar suas campanhas nas próximas primárias em um esforço para maximizar suas chances de impedir que Trump assegure sua indicação antes da convenção de julho, alcançando o patamar de 1.237 delegados. 
 
A jogada dos dois é que cada um tenha espaço para atuar onde tem mais chance de vencer uma primária, ou seja, um não deve neutralizar o outro. Assim, Trump reduz a conquista de delegados, ficando mais difícil a obtenção do número mínimo. O pacto foi tramado no domingo, mas já na segunda-feira dava sinais de derretimento, uma mostra do caos das primárias republicanas.
 
Na convenção, os delegados estão compromissados com o seu candidato apenas na primeira rodada, depois é o Deus-nos-acuda. o que vai acontecer somente Deus sabe. Existe muita conversa que Trump não fatura em uma convenção aberta, mesmo que beire o número mínimo de delegados.
 
O bilionario bufão claro que está bufando. Diz que as regras republicanas são uma marmelada e acusa seus rivais Ted Cruz e John Kasich de estarem desesperados. E entre muitos republicanos, a destacar os grandes doadores de campanha, existe desolação. Preferem nem investir neste ciclo eleitoral, calculando que Hillary já ganhou em novembro.

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