Elite republicana tenta último esforço frenético e lamacento para deter Trump
É hoje, a Super Terça-Feira, o dia de prévias dos democratas e republicanos em que a maior fatia de delegados na corrida presidencial americana é conferida. Uma dúzia de estados em jogo e o jogo ficará mais claro quando os resultados saírem à noite, especialmente no mar de lama que se converteu o pugilato entre os republicanos.
Do lado democrata, é uma oportunidade para Hillary Clinton fechar o contrato com os eleitores democratas, isto depois de sua vitória arrasadora, por 50 pontos, sobre o rival Bernie Sanders na Carolina do Sul no sábado. O capital de Sanders é o entusiasmo de sua base jovem, mas Hillary tem o dinheiro, a máquina de organização e a retomada da ideia de que sua vitória é inevitável. É a vez da ex-primeira-dama que encontrou um Barack Obama no meio das primárias democratas no remoto ano de 2008.
As emoções estão do outro lado. O que era inimaginável há seis meses, improvável há três meses, surpreendente há mês, agora é plausível. O bilionário bufão Donald Trump desponta como o favorito republicano e pelas pesquisas será o grande vencedor nesta Super Terça-Feira.
As elites republicanas demoraram para acordar, no cálculo que o bizarro Trump iria implodir com o início da corrida. O cálculo mudou e, de um lado, existe um esforço frenético e lamacento para deter Trump. Do outro, alguns setores da elite repubiicana se resignam ao furacão Trump e ao estilo PMDB se aconchegam no colo do favorito, movido por insultos e instintos para ecoar e liderar uma rebelião populista contra o que está aí, com componentes de esquerda e de direita. E eu insisto em alertar que o movimento Trump tem componentes fascistóides.
São dois rivais de Trump no mar de lama e agora como ele, ambos apelam para os insultos pessoais. Se perder no seu estado, o Texas, o senador Ted Cruz estará acabado. Já o senador pela Flórida, Marco Rubio, espera sobreviver pelo menos até outra grande rodada de primárias, no dia 15, inclusive em casa.
Alarmadas, as elites republicanas convergem para Marco Rubio, que meses a fio bancou o bom menino e não atacou Trump frontalmente, agora é todo mundo escorregando na lama.
Mas esta é a realidade. O cenário de Trump candidato republicano, sem falar a ideia de vitória contra Hillary Clinton, é simplesmente aterrorizante. Será uma luta hedionda agora no Partido Republicano contra Trump. No esforço para destruí-lo, o partido corre o risco de simplesmente implodir.
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