Em 100 dias, Donald Trump faz pouco e aparece muito
Donald Trump se aproxima dos 100 dias de governo e o correspondente Jovem Pan em Nova Iorque, Caio Blinder, analisa.
Blinder lembra que a marca dos 100 dias foi criada no governo Franklin Roosevelt em 1933, após a Grande Depressão. Havia uma grande urgência para que o Congresso americano adotasse uma série de medidas emergenciais para conter a crise.
A partir de então, governos do mundo inteiro utilizam essa marca temporal para mostrar serviço, ainda mais quando há um governo marqueteiro como o de Donald Trump.
Contraditório como sempre, Trump diz que a marca de 100 dias é puro marketing e, ao mesmo tempo, promove vários factoides para mostrar trabalho. Em uma semana frenética, o presidente convoca senadores para discutir a crise norte-coreana na Casa Branca.
De repente, o secretário de governo aparece com um plano do “maior corte de impostos da história”. Mas não passa disso: um plano do governo em uma folha de papel, quando sabemos que essas reformas passam por uma discussão tortuosa no Congresso.
Trump ainda não mostra realmente um serviço efetivo e continua sendo o presidente norte-americano com a menor taxa de aprovação no período. Ele não consegue ampliar sua base de aprovação e apenas os eleitores republicanos mantêm a confiança em seun governo.
O que nós vemos nesses três meses é uma Casa Branca inconsistente (Trump vai e volta nas medidas), uma série de intrigas palacianas e um presidente que, um dia dispara tweet, outro dia dispara mísseis, mas não demonstra uma doutrina de governo substancial.
Poderia ser pior
Apesar disso tudo, o mundo ainda não acabou, ressalta Blinder. A economia não despencou e a bolsa americana dá saltos em exuberância – que pode até ser perigosa.
Já ameaçar sair do Nafta é uma tática de negociação.
Trump planeja cortar impostos sem afetar a arrecadação do governo, na expectativa de que a economia reagirá positivamente.
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