Em Pinheirinho, o que fazia o ministro da Saúde junto à presidente?

  • Por Jovem Pan
  • 27/03/2014 18h01

O ministro da Saúde e pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo Fernando Nascimento/Futura Press/Folhapress Dilma Rousseff cumpre agenda em Bauru

Nêumanne, o que é que Dilma foi fazer lá em Pinheirinho, São José dos Campos?

Em plena campanha para a reeleição, a presidente Dilma Rousseff aproveitou os eventos oficiais no interior de São Paulo para carregar a tira-colo o papagaio de pirata Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, e fazer críticas ao governador Geraldo Alckmin, adversário do PSDB e possível adversário do petista na eleição.

A presidente, na verdade, foi lá assinar a ordem de serviço para a construção de um conjunto habitacional onde irão morar as 1700 famílias que viveram na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos. Bom, a ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, era de um terreno pertencente a um investidor, chamado de especulador, foi ocupado por essas 1700 famílias e a Justiça deu reintegração de posse ao legítimo dono. A polícia foi lá e há uma grande reclamação de violência. Isso foi em janeiro de 2012.

A presidente se solidarizou com as famílias. Vou dizer o que ela disse lá: “Vocês foram capazes de mostrar uma força, de mostrar caráter, de mostrar dignidade diante de, talvez, uma das maiores violência que pode acontecer com uma família, que é perder seu lar”. Vários moradores criticaram o Alckmin e a presidente, para aproveitar a sua condição moderna de aprovação do marco civil da internet, colocou também a sua frase no Twitter. A frase é: “O despejo das famílias da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, em 22 de janeiro de 2012, nunca será esquecido”. Mais uma platitude da presidente.

Pois é, mas a presidente é presidente. Ela tem que saber que ela jurou uma Constituição e que a Constituição prevê a divisão de poderes; e o que a Justiça manda, o Poder Executivo tem que fazer; e o governador Geraldo Alckmin não tinha opção ao mandar desocupar o terreno. Tentar ganhar votos das famílias que tiveram que sair do terreno, portanto, perderam as suas casas. Além de tirar votos do adversário tucano, é uma função um chefe de Estado não pode fazer, mesmo que queira ficar no poder na sua reeleição. Isso se no Brasil tivesse uma Justiça Eleitoral; se essa Justiça Eleitoral estivesse preocupada com um mínimo de isonomia.

O que é que fazia no palanque da presidente, aliás, o ministro da Saúde numa entrega de casa? Ah, não, lá tem um posto de saúde. RÁ RÁ RÁ! Pelo amor de deus! Não pode site do Eduardo Campos, não pode site do Aécio Neves, mas a presidente pode fazer o que quer. É isso?

Dilma entrega casas do programa Minha Casa Minha Vida em Bauru, onde antes ficava o conjunto habitacional de Pinheirinho (Reprodução/Instagram/Palácio do Planalto)

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