Endosso de Sarah Palin funciona como um escudo para Trump

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2016 15h08
EFE Donald Trump (EFE)

Um ciclo eleitoral esfuziante, bizarro e bombástico nos Estados Unidos ganhou mais do mesmo com o endosso de Sarah Palin ao candidato presidencial republicano Donald Trump, o bilionário bufão, que lidera as pesquisas do seu partido, menos de duas semanas antes das primeiras eleições primárias.

O clima eleitoral ficou ainda mais de reality-show. Sarah Palin, ex- governadora do estado do Alasca e companheira de chapa de John McCain na derrota republicana para Barack Obama na eleição de 2008, espera recuperar um pouco o brilho perdido. Para Trump, o endosso chega na hora certa, quando ele precisa reforçar seu trânsito junto ao eleitorado evangélico, que gosta muito de Sarah Palin.

A ex-governadora faz a festa dos programas humorísticos e a personagem vivida pela atriz e comediante Tina Fey se tornou uma marca registrada da eleição de 2008. Sem dúvida, o quadro do programa Saturday Night Live será revivido com a volta de Sarah Palin ao palco eleitoral.

No jogo político mais sério, o endosso de Sarah Palin funciona para Trump como um escudo contra seu rival mais perigoso, o senador texano Ted Cruz, este bem conservador, ao contrário de Trump que não tem ideologia definida e que decolou por ecoar um sentimento de fúria contra o que está aí.

No seu pronunciamento na noite de terça- feira,Sarah Palin expressou este sentimento de fúria, usou os termos esperados contra o chamado politicamente correto e redobrou a retórica de Trump contra o comando do próprio Partido Republicano, assim como imigrantes e muçulmanos. E Sarah Palin claro que enfatizou para a base conservadora que Trump é um conservador de confiança.

Trump é um perigoso demagogo e seu atestado de óbito eleitoral já foi assinado algumas vezes. Poucos analistas, e eu me incluo entre eles, calculavam que ele iria tão longe.

De qualquer forma, eu mantenho a sabedoria convencional. A vitória de Trump nas primárias partidárias será um desastre para os republicanos no duelo contra a democrata Hillary Clinton em novembro. A bagagem demagógica, xenofóbica e racista de Trump é muito pesada. E ficou ainda mais agora que Sarah Palin decidiu pegar a estrada com ele.

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