Equipe econômica de Temer fica contrariada com concessões na Previdência
A equipe econômica do governo ficou contrariada com a opção do presidente Michel Temer, que autorizou a flexibilização do texto da reforma da Previdência em vários pontos, como na regra de transição, nas aposentadorias rurais, os benefícios de prestação continuada e as aposentadorias de policiais e professores.
Duas coisas contrariaram mais a equipe econômica: a transição, considerada um dos pontos principais, e a abertura de mais duas exceções no que deveria ser um regime geral e amplo da Previdência: professores e policiais, que também ficariam de fora. As informações são da colunista Jovem Pan Vera Magalhães.
Já havia a exceção dos militares, que não entrariam nas novas regras. Agora, abrir-se-ia a “porteira” para deputados apresentarem por meio de emendas exceções para várias outras categorias. Isso desfiguraria um dos pontos da reforma.
Apenas com esses pontos de que o governo assume abrir mão, a economia seria reduzida em R$ 115 bilhões anuais. O rombo anual do regime geral da Previdência (trabalhadores privados) é de cerca de R$ 152 bilhões. No regime do servidor público, o rombo é cerca de R$ 155 bi. Esses R$ 115 bi já equivalem a dois terços de tudo que é o rombo da Previdência. Os cálculos, no entanto, são da ala política do governo. E há novas concessões que ainda poderão ser feitas, informa também Denise Campos de Toledo.
Equipe econômica foi pega de surpresa nessas negociações. O ministro da Fazenda Henrique Meirelles chegou a defender que não fossem feitas as concessões agora, mas no plenário, e sequer participou da coletiva em que foram anunciadas as flexibilizações.
Há uma queda de braço entre a equipe política e econômica do governo Temer.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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