Eurasia muda o tom e diz que é provável que Dilma não termine mandato
Em meus boletins e nas conversas aqui na Jovem Pan falo com frequência das avaliações sobre o Brasil feitas pela consultoria de risco Eurasia. E os motivos são simples: a Eurasia é a mais influente consultoria do gênero nos Estados Unidos e vive de sua credibilidade. É assim que vende seus relatórios a clientes do mundo inteiro e obviamente seus clientes interessados em Brasil estão cada vez mais aflitos com os rumos do país.
A Eurasia é muito cerebral e acertou sobre as eleições de 2014, vitória de Dilma Rousseff. Por um tempão foi muito cautelosa sobre as perspectivas da presidente não terminar o seu mandato. Por meses a fio cravou esta probabilidade em apenas 40%, dizendo inclusive que era muito alta. O motivo: os obstáculos políticos, não tanto legais, para que Dilma sofra impeachment ou seja cassada no Tribunal Superior Eleitoral. A ideia de renúncia sempre foi vista como mais improvável.
Na semana passada, a Eurasia mudou o tom e substância. Diz agora ser mais provável que Dilma não termine o mandato. Probabilidade subiu para 55 por cento. Para seus clientes, a Eurasia ressalta que cassação da chapa Dilma/Temer com a escolha de um novo presidente pelo voto abrem o caminho para efetivas reformas econômicas para que o país pare de afundar.
Esta semana, em seus relatórios, a Eurasia tem ressaltado o cerco da Operação Lava-Jato em torno do regime lulopetista. Para os analistas da Eurasia, a fila de gente disposta a fazer delação premiada comprova a crescente probabilidade de que Dilma não termine o mandato.
A Eurasia sempre está de olho no impacto de manifestacões populares para pressionar o Congresso a agir e assim considera crucial a magntitude do movimento pró-impeacment e de endosso aos trabalhos da Operação Lava-Jato neste próximo domingo. A Eurasia também está de olho na convenção do PMDB neste sábado para ter uma ideia em que parte do muro o partidão fisiológico vai ficar na encrenca nacional.
Sobre o bazar ministerial para o companheiro Lula, a Eurasia está cética que o ex-presidente venha a ser ministro, mas arremata o óbvio. Se isto acontecer, o governo Dilma se enfraquece ainda mais.
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