Facções demonstram força de dobrar o governo

  • Por Jovem Pan
  • 04/01/2017 11h01
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Familiares esperam por notícias sobre familiares mortos em presídio de Manaus

EFE/Jander Robson EFE - Familiares esperam por notícias sobre familiares mortos em presídio de Manaus

Os brasileiros estão perplexos porque descobriram só na segunda-feira a existência de um grupo criminoso do tamanho desse amazonense, Família do Norte (FDN). Mas não estamos sozinhos: o governo federal como um todo apenas na segunda tomaram conhecimento que a Família existia.

Já o governo do Amazonas não. Este já conhece o grupo criminoso há tempo e já aceitou até negociar com ele. Foi em 2015, depois de a família do Norte ter comandado o final de semana sangrento, quando bandidos ligados ao PCC no Estado foram assassinados nos presídios e ruas.

Incapaz de combater o grupo criminoso, o então secretário estadual de administração penitenciária, Louisimar Bonates, segundo a Polícia Federal, aceitou se sentar à mesa dentro do presídio, aliás o mesmo Complexo Anísio Jobim da barbárie de segunda, que com o líder da Família do Nortte, José Roberto Fernandes Barbosa.

No acordo que firmaram, o governo estadual teria concordado em dar à FDN o controle absoluto da penitenciária, subjugando o PCC minoritário.

Logo, porém, a Polícia Federal entrou em ação e desencadeou a operação La Muralla, contra o tráfico internacional de drogas controlado pela Família do Norte via rota dos Solimões.

Àquela altura, a demonstração de força desse grupo criminoso, capaz de fazer curvar um governo estadual, e novamente explicitada agora no ataque, já era expressão do iminente rompimento entre PCC e Comando Vermelho, que por muito tempo mantiveram uma política de boa vizinhança.

A ruptura se daria de vez em 2016.

Estarão atrasados, contudo, quem restringir a briga entre facções a um simples projeto de nacionalização, sobretudo do PCC. O projeto é de internacionalização, já está implantado e cresce com especial interesse no contrabando de armamento nas fronteiras mais desguarnecidas do mundo, as brasileiras.

Antes de se decretar o fracasso da guerra de drogas, seria bom inicia-la de verdade. Estão avançadas as bases para que tenhamos no PCC as FARC do Brasil.

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