Fachin informa presidente do Senado sobre afastamento de Aécio; veja detalhes

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2017 11h47
14/04/2016 - Brasília - DF, Brasil - Parlamentares da oposição realizam manifesto pela legalidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Sen. Aécio Neves (PSDB-MG). Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados Antonio Augusto/Câmara dos Deputados Aécio Neves (Ag. Câmara)

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), “intimou” o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE) a saber do conteúdo de ordem em que suspende o mandato de senador de Aécio Neves (PSDB-MG) e aplica medidas cautelares alternativas à prisão solicitada pelo procurador-geral Edson Fachin.

Aécio Neves está proibido de ter contato com qualquer um dos investigados ou réus nos fatos relacionados à delação da JBS e de deixar o Brasil, devendo o tucano entregar à Justiça o seu passaporte.

A colunista Jovem Pan Vera Magalhães teve acesso à intimação de Fachin direcionada a Eunício e também ao trecho da decisão sigilosa do ministro que afasta Aécio e determina as prisões de sua irmã, Andrea Neves; de Frederico Pacheco de Medeiros, o “Fred”, primo do senador; e de Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, teria pedido para Joesley Batista, um dos donos da JBS, R$ 2 milhões para pagar sua defesa nos inquéritos da Operação Lava Jato. O dinheiro teria sido entregue a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, o “Fred”, em quatro parcelas de R$ 500 mil. Uma das entregas, feita por Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, foi gravada pela Polícia Federal. O material foi entregue em delação premiada de Joesley, conforme divulgou o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo na noite desta quarta (17).

Além disso, a Polícia Federal fez buscas na casa de Aécio em Ipanema, bairro do Rio de Janeiro, nesta manhã. Na noite desta quarta (17), quando divulgadas as acusações, Aécio Neves se disse “absolutamente tranquilo” quanto à correção de seus atos.

Veja os documentos:

Discrição e sem algemas

O ministro também determinou que os mandados ocorressem com a “máxima discrição” e com a “menor ostensividade”.

“Deverá a autoridade policial responsável pelo cumprimento das medidas tomar as cautelas apropriadas, especialmente para preservar a imagem dos presos, evitando qualquer exposição pública. Não se tratando as pessoas em desfavor de quem se impõe a presente medida, de indivíduos perigosos, no sentido físico, deve ser evitado o uso de algemas”, ressaltou o ministro em sua decisão.

Fachin também pediu que o plenário do STF analise “no tempo mais breve possível” a deliberação da matéria.

“Determino, desde logo, que o Gabinete proceda à inclusão incontinenti em pauta, à luz do calendário como definido pela Presidência, eventual recurso em face desta decisão, a fim de que, no tempo mais breve possível, seja ao exame e à deliberação do colegiado do tribunal pleno submetida a matéria em tela, assim que instruída, se necessário for, a irresignação recursal respectiva”, escreveu Fachin.

“Após a execução das medidas cautelares aqui estabelecidas, deverá a autoridade policial e/ou Ministério Público Federal comunicar a este Relator, quando será apreciado o pedido de levantamento de sigilo dos autos”, afirmou Fachin.

Com transcrição complementar de Estadão Conteúdo

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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