Faixismo de Fernando Haddad se mostra equivocado

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2014 11h55

Reinaldo, por que você diz que um estudo divulgado sobre transporte público em São Paulo prova que o faixismo do prefeito Fernando Haddad é mesmo equivocado?

Porque ficou claro que, como a gente comentou aqui algumas vezes, carro não é só coisa de rico, como a prefeitura sugere com a sua política  destrambelhada de distribuir faixas de ônibus cidade afora sem critério.  Caros ouvintes, eu acho que a gente precisa ter memória, é importante. A gente que fala no rádio tem que estar comprometido com os fatos.

No dia 13 de dezembro do ano passado, afirmei aqui na Jovem Pan o seguinte: o governo do PT incentiva a compra de carros. Fez crédito a  perder de vista, então enganou o consumidor. Fez com que comprasse  carro, para depois esmagá-lo nas ruas e puni-lo.

E o que isso tem a ver com a pesquisa divulgada pela Secretaria Municipal  de Transportes Metropolitanos, nesta segunda? Ela demonstra que em cinco anos houve uma redução proporcional no uso do transporte coletivo  na cidade, que caiu de 55% em 2007 para 54% em 2012.

E agora o dado aparentemente curioso, mas absolutamente compreensível.  A maior queda no uso do transporte público se deu entre os que ganham  de 2.488 reais por mês a pouco menos que cinco mil. Nesse grupo,  cresceu o uso do transporte individual. Já entre os de maior renda, viu-se o  contrário, entre os que ganham acima de nove mil, aumentou em 6% os  que recorrem ao transporte público.

Como explicar? É simples, tanto o governo Lula como o governo Dilma  recorreram à redução de IPI e à expansão do crédito para compra de  carros. Tudo, ouvintes, conforme eu comentava lá naquele 13 de  dezembro. Também afirmei aqui na rádio que a Prefeitura de São Paulo  gosta de brincar de arrancar rabo de classes, como se só ricos e folgados  andassem de carros.

Agora uma pesquisa demonstrando que isso é uma falácia. É claro que não  sou contra faixas de ônibus onde elas são necessárias, o que não é  aceitável é que se transforme a vida dos motoristas um inferno. Também  são um pouco cretinas as críticas que censuram as obras viárias feitas em  São Paulo, como a expansão das marginais, por exemplo. Queriam o quê?  Que milhares de veículos fossem jogados ano após ano no sistema, sem  ampliação das vias?

Aí, sim, a cidade caminharia para o colapso. É claro que a escolha correta,  sensata, urbanisticamente prudente, é o incentivo ao transporte coletivo.  As medidas nesse sentido, no entanto, não podem estar descoladas da  política, inclusive da política econômica. Há, em suma, uma  diferença  entre política pública e demagogia.

 

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