A filosofia, o argumento absurdo e o perigo das convicções
Quando uma filósofa fala o que falou, como disse Marilena Chauí, isso repercute bastante. Algo de altamente estranhável que ela disse é que o juiz federal Sergio Moro foi preparado pelo FBI, a polícia federal dos EUA, para conduzir a Lava Jato com técnicas de macartismo.
De acordo com a filósofa brasileira, os Estados Unidos teriam o objetivo de desestabilizar o Brasil e a Lava Jato seria o “prelúdio da grande sinfonia de destruição da soberania brasileira para o século 21 e 22”.
A filosofia é o mais alto grau do conhecimento. O conhecimento popular, das coisas, da criança que sabe que o balão de gás sobe, mas não sabe por quê. É de 95% da humanidade e base de todos os demais. o segundo grau é o conhecimento científico, da causa das coisas, das leis eternas. E o mais alto grau é o conhecimento filosófico – das causas das causas.
Dona Marilena está dizendo então, como filósofa, que a causa da Lava Jato é o FBI. Isso é terrível.
A evidência de um processo criminal é amplamente conhecida por centenas e milhares de brasileiros. Há toda uma estrutura do Judiciário. O processo é a coisa mais clara do mundo, tudo nele é como a luz e claro como a evidência. No processo não há nada de ampliável.
Além disso o processo tem três partes e o juiz, que decide, é inerte. O juiz só age provocado, ou pelo advogado, ou pelo promotor.
Não dá para negar as provas dos autos.
Ela fala aquilo em razão dos acusados. E os acusados têm seus defensores, com direitos à ampla defesa. Se o juiz deixar de inserir a resposta de uma testemunha, todo depoimento é nulo, o processo é nulo por inteiro.
Então dizer que um juiz conduiziu um processo formado por uma polícia estrangeira…
Em homenagem à filósofa, eu fico com Nietzsche, que dizia que as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que a própria mentira.
Ouça os argumentos da filósofa Marilena Chauí:
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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