Golpismo, contradição e oportunismo: Dilma acusa movimentos pró-impeachment de “golpistas”
A presidente Dilma Rousseff voltou a acusar os movimentos pró-impeachment de “golpistas”. Aconteceu durante a entrega de unidades do Minha Casa Minha no interior de São Paulo.
Blindada por militantes do PT e invasores sem terra, Dilma criticou o clima de pessimismo que reina no país e garantiu: “Na política, o quanto pior leva ao pior.”
A petista obviamente tenta transferir, mais uma vez, a responsabilidade da crise econômica que é do Governo para a oposição.
O fato de se contrapor ao poder vigente não leva um país à bancarrota, pelo contrário, é a dualidade, o contraponto entre oposição e situação que fortalece a democracia. Democracia pressupõe a existência e a convivência de grupos antagônicos, que se revezam no poder e defendem, cada um, sua ideologia política, suas visões e escolhas para o país.
Zelar pela democracia não é sufocar a oposição, mas garantir que haja vozes dissonantes, e que essas vozes possam sempre se pronunciar, sem perseguições, intimidações, censura ou retaliações. Porque onde não há oposição, há tirania, como em Cuba, na Coréia do Norte, na China, Venezuela, países pelos quais Dilma e o PT nutrem profunda admiração.
No Brasil, felizmente, a oposição tem liberdade para fazer o seu papel: contrapor-se à situação. Papel, aliás, que o PT fez bem durante mais de 20 anos.
Aliás, o partido que hoje acusa a oposição de golpe é o mesmo que, na década de noventa, foi às ruas exigir o impeachment de outro presidente eleito, Fernando Collor de Melo. É o mesmo PT, que impetrou ações pelo impeachment do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Cada vez que acusa a oposição de golpismo, o partido de Dilma e Lula revela sua moral dúbia, seu discurso contraditório e oportunista. Para o PT, o impeachment só é legítimo quando lhe favorece. Quando pode lhe prejudicar, vira golpe.
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