Gostem ou não, meu post é por Angelina, pela separação “Brangelina”

  • Por Caio Blinder
  • 23/09/2016 09h35

Angelina Jolie e Brad Pitt podem se mudar para Londres

Wikimedia commons Angelina Jolie e Brad Pitt podem se mudar para Londres

No Twitter, eu sou insultado. Se parar a frase por aí não há notícia, não há manchete, não há o que dizer. Insulto e Internet estão grudados. Mas, desta vez, fui insultado pois falei, e com gosto, do divórcio de Angelina Jolie e Brad Pitt na Jovem Pan. Como assim? Você, um jornalista dado a falar e refletir sobre Síria e as marchas e contramarchas da eleição americana?

Antes de tudo, sou humano, logo, gosto de uma fofoca. E gosto de tudo o que envolve Angelina Jolie. Na brincadeira, assumo minha obsessão por esta atriz, ativista e megacelebridade. Minha musa, com aqueles lábios e aquela lábia. De fato, respeito muito a Angelina pela forma como toca a sua vida e como consegue controlar sua imagem pública.

Além da fofoca em si, o estardalhaço de tabloide para falar do racha Brangelina é um atalho para a gente debater relações de casal, o papel dos pais numa família, a busca de equilíbrio entre vida doméstica e vida diante dos holofotes (e paparazzi). Tudo isto está estampado nesta história da Angelina e do Brad. 

Não tenho muita paciência para ouvir chororô sobre a decadência da mídia e a cacofonia nas redes sociais. Ora, quem não gosta desta selva midiática, que viva numa caverna offline ou na Coreia do Norte. É o que é.  No meio da semana, o racha Brangelina competia junto ao grande assunto dos americanos nas redes sociais: os protestos violentos na cidade de Charlotte contra a brutalidade policial. O que é mais importante? Não existe uma resposta para isso.

Tentar responder é ficar preso na armadilha. Hoje em dia, uma pessoa normal pode perfeitamente ficar ligada em todo espectro noticioso. E, sim, ninguém pode negar que o racha Brangelina é uma tremenda notícia, como foi o relacionamento entre Júlio César e Cleópatra. E nós, afinal, fofocamos desde os tempos bíblicos sobre o relacionamento de Adão e Eva.

Sim, mordemos a maçã da fofoca e não adianta culpar forças externas. Em um recente ensaio, o ex-superblogueiro Andrew Sullivan diz que devemos nos olhar no espelho (ou no teclado). Ele reconhece sua própria dificuldade para se concentrar numa leitura mais cabeça, como um livro. Após algumas páginas, os dedos ficam na maior ansiedade para teclar. Ele escreve que queremos saber de tudo “numa cacofonia de palavras, imagens, sons, ideias, emoções e maldades”.

Enquanto esperamos por alguma outra cacofonia como Brangelina, uma última sóbria reflexão: lamento que Marion Cottilard, uma outra musa deste quase sessentão, ser dano colateral do racha entre Angelina e Brad. Não, não acredito mesmo que ela tenha sido o pivô da separação. Foi a maconha, estúpido! Brad viajou. Achou que poderia ter tudo. Foi tragado. E desejo longa vida para a Angelina e sua filharada. Eventualmente, um bom casamento.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.