Governo da Venezuela continua agindo truculentamente

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2014 11h50

Reinaldo, mais um ato truculento da ditadura venezuelana, o que foi dessa vez?

Sim, mais um, e com ajuda ativa do Brasil, ou com seu silêncio. O governo ditatorial da Venezuela segue a sua sanha literalmente assassina contra a população e contra os oposicionistas. Desde o dia 12 de Fevereiro, quando tiveram início os protestos de rua, já são 36 os mortos.

Nesta segunda, Deosdado Cabejo, o presidente da Assembleia Nacional, um chavista ainda mais truculento do que o presidente Nicolá Maduro, anunciou que a deputada Maria Machado, a voz mais severa contra o regime ditatorial, perdeu o seu mandato e a imunidade parlamentar. Cheio de orgulho, Cabejo anunciou: “ela pode ser presa a qualquer momento sem aviso prévio”. Pois é, na Venezuela, qualquer um pode.

Não houve processo de cassação, nem votação na Assembleia. O deputado chavista decidiu de forma pilantra evocar dois artigos da Constituição venezuelana para anunciar a destituição. Explico.

Na sexta-feira passada estava prevista uma intervenção de Maria Corina na Assembleia da OEA, Organização dos Estados Americanos. Manobras dos representantes de governos de esquerda, incluindo o Brasil, conseguiram retirar o tema “Venezuela” da pauta.

O embaixador interino do no nosso país na organização, o senhor Breno Dias da Costa, jamais vou me esquecer deste nome, chegou a dizer: “o objetivo dessa reunião não é transformar-se num circo para uma plateia externa”. Breno é a prova mais contundente de que a política externa brasileira virou uma palhaçada, sem nenhuma ofensa aos palhaços, é claro. Até porque não tenho dúvida de que, se vivo fosse, Arrelia faria melhor papel na OEA do que Breno. Arrelia tinha cara pintada, mas não tinha cara de pau.

Volto à Corina. Como ela foi proibida de falar, a representação do Panamá então lhe cedeu a cadeira para que denunciasse as múltiplas violações dos direitos individuais e das liberdades públicas em seu país. Dois artigos da Constituição venezuelana, o 149 e o 191, proíbem que deputados exerçam alguma outra função em caráter permanente ou que aceitem honrarias de governos estrangeiros sem prévia autorização da Assembleia.

Ora, Maria Corina não fez nada disso. Um país ceder temporariamente a cadeira a um representante de outro é prática conhecida na OEA. A própria Venezuela já fez isso duas vezes. Em 1989, muito antes do chavismo, permitiu que um panamenho denunciasse os crimes da ditadura de Manoel Noriega. Em 2009, já com Chávez no poder, cedeu-se o assento para que Patrícia Rodas, ex-chanceler de Honduras e porta-voz do maluco Manuel Zelaia, falasse a vontade.

Na Venezuela já estão na cadeia Leopoldo Lopez, líder do partido Vontade Popular, e os prefeitos Daniel Cabajos, de San Cristóban, e Enzo Escarano, de San Diego. Agora Niocolás Maduro avisa, por intermédio do presidente da Assembleia, que Maria Corina será a próxima.

Pelo Twiter ela escreveu: ” Senhor Cabejo, eu sou deputada da Assembleia Nacional enquanto o povo da Venezuela assim o quiser”. Ela está no Peru para participar de um seminário da Fundación Libertad, comandada pelo nobel da literatura, Vargas  Llosa. Dedicada à defesa das liberdades individuais. Tudo aquilo que não há mais na Venezuela.

 

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