Graça Foster muda de tom em relação à CPI da Petrobras

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2014 15h40
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Reinaldo, Graça Foster, presidente da Petrobras, mudou um pouco o tom sobre a compra da refinaria de Pasadena, em depoimento no Congresso. Porque, hein?

É que o escândalo da Petrobras pegou, como sabem os institutos de pesquisa. Boa parte da população, que em ano de disputa costuma ser chamada de eleitorado, entendeu o que se passou por lá. E não custa lembrar, com uma ajudinha da presidente da República, que se disse ludibriada por um diretor da estatal, Nestor Cerveró.

Graça Foster, em nova audiência no Congresso, voltou a falar da compra da refinaria de Pasadena, mudou um pouco o tom. Repetiu que à época a compra poderia ser um bom negócio, o que não se verificou depois. E afirmou, sem dizer por quais caminhos, que o prejuízo pode ser revertido. Será que pode?

No ano passado ela tentou revender a refinaria, o mercado oferecia 118 milhões de dólares por aquilo que a Petrobras pagara mais de 1,3 bilhão. O que determina essa mudança de tom ligeira é a proximidade da CPI. Como é que o governo pode se defender se todos, inclusive o próprio governo, sustenta tratar-se de um mal negócio.

Mas se defender como? Graça, se vocês observarem bem, está tentando uma saída, digamos, quântica, o universo das coisas que são e não são ao mesmo tempo. Ora, se ela disse que à época a compra se mostrava um bom negócio, então Nestor Cerveró tem certa razão ao dizer que as cláusulas Put Option e Marlim era irrelevantes.

Entendo que, ainda que o conselho tivesse consciência da sua existência, dado o raciocínio de Graça, teria dito sim ao negócio. Já que afinado com tal plano estratégico da empresa, como ela diz.

Acontece que a presidente da Petrobras precisa ao mesmo tempo sustentar a fala da presidente da República, que deixou claro ter sido, vamos dizer, enganada por Cerveró. E aí Graça sustenta que as tais cláusulas deveriam sim ter sido explicitadas ao conselho.

Pergunto: e se tivessem sido o negócio não teria se realizado por isso? Num julgamento puramente lógico, convenham, Cerveró fez então um bem a Dilma Rousseff. Ela tem hoje ao menos a desculpa de que decidiu sem ter todas as informações.

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