A grande opção do PSB é escolher um bom vice para sustentar a Marina

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2014 19h16

Nêumanne, já é possível a essas alturas, ainda com pranto muito forte em torno da morte do Eduardo Campos, traçar um quadro preciso sobre o que pode acontecer até outubro na eleição presidencial no Brasil?

Na medida em que o tempo passa, enquanto a família chora, pranteia seu morto querido, o país inteiro se comove, as condições políticas subjetivas, como se dizia antigamente, se confirmam com a cristalização do nome de Marina Silva. Seria muita burrice o Partido Socialista Brasileiro tentar achar alternativa, tentar achar uma opção diferente à Marina.

Marina é a candidata óbvia pela sua ligação com Eduardo ao longo da campanha, com sua força nas pesquisas e com a sua presença já marcada diante do eleitorado. O PSB, por sua vez, não tem candidato possíveis para ocupar o lugar dele, que ela poderá ocupar.

Ambos terão que ter muito juízo. A Marina vai ter que compreender que não é uma situação semelhante se ela fosse candidata pela Rede; e o PSB vai ter que conviver com Marina, apesar de todas as dificuldades de temperamento dela, apesar de todas essas diferenças ideológicas entre ela e algumas facções.

A Marina é uma candidata que entra com força por causa da presença dela junto ao eleitorado, reconhecida nas pesquisas pela sua ligação, que estabeleceu com Eduardo, e com o impacto emocional causado pela morte de um líder de 49 anos. Isso aí provoca uma grande emoção e pode torná-las mais empática ao eleitor, se ela conseguir tornar isso claro, visível, chegar ao coração desse eleitor.

Aécio vai ter que dar uma virada na sua campanha para enfrentar a possibilidade de não chegar ao segundo turno e ter de apoiar a causa da Marina. E a Dilma também. A Dilma continua contando com o primeiro turno da eleição para sua vitória. Ela vai ter de partir de uma nova realidade, que é a realidade Marina no lugar de Eduardo. Isso implica em decisões objetivas que serão tomadas ao longo da própria campanha, com a dinâmica que a política tem.

É muito prematuro traçar qualquer traço, traçar qualquer expectativa, qualquer tentativa de um desenho do que pode acontecer no futuro, mas me parece claro que a grande opção do PSB é escolher um bom vice para sustentar a Marina. De preferência, um vice que tenha uma definição ideológica diferente dela, até para mantê-la mais próxima do partido.

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