Grandes cidades terão dificuldades com novos prefeitos

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2017 08h36

Nelson Marchezan Junior (PSDB) JOSÉ CARLOS DAVES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO AE - Nelson Marchezan Junior (PSDB)

Prefeitos e vereadores tomam posse em todo o Brasil pedindo cortes de gastos e prometendo eficiência.

No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do PRB, afirmou que irá reduzir o número de cargos comissionados e cravou: “É proibido gastar!”.

Em Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PHS, garantiu que abrirá mão de “gastos desnecessários”, e pediu juízo aos vereadores eleitos.

Em Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, do PSDB, alertou para o grande risco de atrasar o salário do funcionalismo municipal.

Em Curitiba, Rafael Greca, do PMN, prometeu refazer cálculos da previdência e enxugar em 40 por cento a máquina da prefeitura.

Em São Paulo, João Dória, do PSDB, se vestiu de gari, nesta manhã, e prometeu limpar as ruas uma vez por semana, durante todo o mandato.

Marco Antonio Villa comenta: No Rio, Crivella citou Deus sete vezes em 30 minutos de discurso, elogiou seu tio Edi Macedo, fundador da Igreja  Universal, da qual ele é bispo, e referiu-se a si mesmo como pastor. Ele não entendeu que temos uma república laica e ele é prefeito da segunda maior cidade do País, recheada de problemas.

E que não é a mesma coisa a prefeitura do Rio e o ministério da Pesca, do qual foi ministro, quando distribuiu indiscriminadamente milhares de carteiras de pescador que deram direito a um seguro para muitos.

Alexandre Kalil, prepare-se, vai ser um desastre. Ele levou quatro secretários do Atlético-MG e imagina que administrar a terceira maior cidade do País é a mesma coisa que administrar um clube de futebol, que é uma bagunça porque ninguém controla nada, como em todos os clubes no Brasil.

E ele disse uma enorme bobagem. É um desequilibrado,  sem a mínima formação. Kalil pediu juízo aos vereadores. Imagina alguém do Executivo para outro poder pedindo juízo. Não vai faltar cenário para desastre.

O Rafael Greca foi de ônibus tomar posse. É uma figura, uma personagem construída. Mas Curitiba, não podemos dizer que é uma cidade, frente a essas outras, que tenha grandes problemas pois tem uma longa história de administrações municipais eficazes, desde Jaime Lerner (1989 a 1992).

E em Porto Alegre, o jovem deputado federal Nelson Marchezan Júnior, filho de um importante político durante o regime militar, vai ter uma bomba danada e já vai começar atrasando salário porque não tem dinheiro sequer para pagar a folha de pagamento, quanto mais o custeio e nem se pensa em investimento. A situação é gravíssima.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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