Guerra santa pode estar só começando
Vídeo mostra reféns sendo mortos a tiros por membros do EI
Estado IslâmicoOs piores temores se confirmam. De uma semana para cá, o grupo terrorista Estado Islâmico realizou atentados devastadores em Istambul, Dhaka e Bagdá. A onda medonha mostra que, enquanto perde território no Siraque (Síria + Iraque), o grupo ganha terreno com ataques em escala global.
O Estado Islâmico se mostrou capaz de conquistar áreas e proclamar o tal do califado. Agora, se mostra igualmente apto a lançar ataques tão sofisticados como o movimento jihadista rival, a rede Al-Qaeda, da qual é uma mutação. A rede de Osama Bin-Laden nunca manteve um território, embora tenha santuários (o mais importante deles foi no Afeganistão até a invasão liderada pelos EUA em 2001).
Hábil no seu impacto midiático, o grupo jihadista ofuscou a vitória de forças governamentais iraquianas com a retomada da cidade de Fallujah, no mês passado, através dos holofotes voltados para a carnificina praticada, em Bagdá, na madrugada de domingo passado (3), que deixou mais de 165 mortos.
Com as inevitáveis perdas de terreno para forças militares tradicionais na Síria e no Iraque, o grupo acelera os ataques globais, tirando proveito de militantes do mundo inteiro treinados no Siraque.
Existe a aceitação implícita pelo Estado Islâmico de que não se conseguirá manter o tal do califado no Oriente Médio e, assim, sua guerra reverterá para a insurgência guerrilheira, além de incrementar o terror global. Existe a conclamação do movimento para que seus militantes e simpatizantes lancem ataques onde e como for possível.
O chamado deve ser recebido com fatalismo, pois a organização tem células em várias partes do mundo. Ademais, recebe a adesão de jihadistas díspares e dos chamados “lobos solitários”.
É verdade que uma grande atração do Estado Islâmico é ter um Estado, uma espécie de destino para jovens, uma Terrorlândia. Andrew Liepman, analista do centro Rand, adverte que, mesmo com a perda de território, o Estado Islâmico terá milhares de militantes dispostos ao martírio em todas as partes do mundo.
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