Há mais entusiasmo sobre possível acordo em Paris, mas ainda muitas divergências
Protesto em frente à Torre Eiffel
Protesto em frente à Torre EiffelEm clima de muita segurança antiterror, protestos, discurseira sem fim e áridas negociações técnicas, está em curso justamente em Paris a reunião de cúpula da ONU sobre clima. São 150 chefes de estado de governo, do americano Barack Obama ao chinês Xi Jinping, passando por nossa Dilma Rousseff, em périplo abreviado pelo mundo devido ao clima político e econômico no Brasil.
A cúpula é descrita como o maior evento diplomático do mundo desde os anos 1940, com a meta de alcançar o primeiro acordo realmente global para limitar o aquecimento a 2ºC em relação à era pré-industrial, reduzindo as emissões poluentes que causam a mudança climática.
Existem as promessas de reduções de emissões de 177 dos 195 países envolvidos, sinalizando apoio mais amplo para um acordo do que o que foi tentado há seis anos na cúpula de Copenhague. As discussões na Dinamarca terminaram em caos e troca de acusações entre os países mais ricos e maduros e os mais pobres e emergentes.
As pespectivas são melhores diante do custo de alternativas para combustíveis fósseis caindo e aumento da preocupação com o aquecimento global. Neste contexto, existem mais urgência e mais vontade política para se alcançar um acordo.
Existem, porém, imensas divergências para se conseguir o acordo ligadas à natureza legal dele, ou seja, não basta assumir a promessa ou fixar metas voluntárias. Há também o debate sobre os mecanismos que podem impulsionar a ação no futuro e como os países mais ricos irão ajudar os mais pobres a eliminar as emissões e tolerar as consequências econômicas.
Em clichê típico, existe o alerta de que a reunião de Paris será um divisor de águas entre a economia baseada em combustíveis fósseis e a era dos renováveis. O fato é que desta vez existe mais entusiasmo sobre um acordo do que em Copenhague em 2009. Até 11 de dezembro saberemos se o clima será melhor em todos os sentidos.
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