Há malas que vêm para o bem
O fator Rocha Loures: esse rapaz de “muito boa índole” pegou uma mala recheada de dinheiro, R$ 500 mil. Imagina quantos anos um aposentado com salário mínimo trabalharia para receber essa quantia em notas de R$ 100.
Ele acabou devolvendo. Mas o que interessa mais é que ele teria recebido a mala em nome do presidente da República. O grave é que ele telefonou para o gabinete da Presidência meia hora depois de receber a mala.
Quem conversou com ele? Eu presumo que a conversa tenha sido gravada. É o mínimo que se espera da investigação.
E esse sr. saiu com essa mala de São Paulo para Brasília. Há uma versão de que ele viajou do aeroporto de Congonhas para Brasília, num avião na FAB, com a mala.
No dia posterior, ele volta para São Paulo junto com o presidente no avião presidencial, nesse caso sem a mala provavelmente. E há imagens da viagem dele para Brasília e o retorno. Isso é muito fácil comprovar.
Estranho que não tenha sido colocado um chip na mala. O argumento é de que o chip poderia ser descoberto, o que prejudicaria as investigações.
Lembremos que Joesley, quando começa a conversa com o presidente, fala em quem poderia ser o intermediário dele. Ele aponta o “Rodrigo”, que é o Rocha Loures, para tratar de assuntos no CADE, na CVM, ou seja, assuntos que interessavam a JBS e violavam o interesse público, portanto, ato criminoso.
A questão central: Rocha Loures fala ou não fala? Ele segura as informações? Ele só segura a mala. Por isso digo que há malas que vêm para o bem.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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