Hillary e Trump não são mocinhos nem no que toca à saúde

  • Por Caio Blinder
  • 13/09/2016 09h52
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Montagem sobre fotos/EFE Donald Trump e Hillary Clinton mantiveram suas vantagens e trocaram acusações sobre combate ao terrorismo

 É preciso vigor para concorrer e para exercer a presidência, especialmente do país mais poderoso do mundo. Há um histórico de reticência de candidatos e presidentes para revelar com detalhes seu estado de saúde. É verdade que isto não impediu Franklin Roosevelt de derrotar, de uma cadeira de rodas, a depressão (econômica) e comandar o mundo livre até sua morte, em abril de 1945.

Em tempos recentes, a pressão por transparência é irresistível. John McCain, que tinha 71 anos ao concorrer em 2008, foi pródigo nas informações, divulgando mais de 1.200 páginas do seu prontuário médico, que incluía sequelas de tortura como prisioneiro de guerra no Vietnã e melanoma. Sua insanidade foi escolher Sarah Palin como companheira de chapa.

Com seu caso de pneumonia revelado com atraso, a marcação sobre Hillary Clinton agora será avassaladora para contar tudo. Ela, que só abre o jogo quando pega em flagrante delito (assim como o maridão Bill). Eu já disse aqui que Hillary e Donald Trump não são mocinhos em todos os sentidos da expressão (Hillary fará 69 anos em outubro e Trump tem 70).

O foco justificável está na candidata democrata, em meio a todo tipo de teoria conspiratória sobre seu estado de saúde, mas, na verdade, o republicano tem sido muito mais econômico para falar qual é a sua situação, ele que está acima do peso e é chegado em porcaria alimentar.

Até agora seu médico pessoal se limitou a divulgar uma nota bizarra que escreveu em cinco minutos sobre o estado de saúde do homem, definido como a “pessoa mais saudável que será eleito presidente dos EUA”. Chamem um outro médico para tratar deste. Os dois candidatos prometem que serão mais generosos nos próximos dias nas informações médicas.

Em meio a reviravoltas e surpresas capazes de provocarem ataques de coração, existe uma certeza neste ciclo eleitoral americano. Em janeiro, deverá assumir a segunda pessoa mais velha no poder americano. Na posse, Ronald Reagan tinha 69 anos em janeiro de 1981 e havia o debate se não era velho demais para as intempéries do cargo. Ele aguentou o tranco apesar de levar bala em um atentado e pelas informações a doença de Alzheimer que foi desenvolvida depois que deixou a Casa Branca.

Somente oito presidentes americanos morreram no cargo e quatro deles foram assassinados. A história de pneunomia de Hillary nos remete automaticamente para o primeiro presidente que morreu no exercício da função.

Na sua posse, em 4 de março de 1841, com um frio de rachar, Willilam Henry Harrison se recusou a se agasalhar propriamente. Fez um discurso de duas horas e ainda deu as caras em três bailes. Pegou pneumonia e morreu um mês mais tarde aos 68 anos, a atual idade de Hillary.

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