Hillary precisa desmaiar ou Trump se tornar decente para reverter pesquisas

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 19/10/2016 09h16
NAP103 NÁPOLES (ITALIA), 18/10/2016.- Figuritas de los candidatos a la presidencia estadounidense, la demócrata Hillary Clinton (d) y el republicano Donald Trump (i), preparadas para formar parte de los tradicionales "belenes napolitanos", en uno de los establecimientos de la calle San Gregorio de Nápoles (Italia) hoy, martes 18 de octubre de 2016. EFE/Cesare Abbate EFE/Cesare Abbate Bonecos dos candidatos Donald Trump e Hillary Clinton - EFE

É hoje. Nesta quarta-feira à noite, teremos o terceiro e último debate entre Donald Trump e Hillary Clinton. Nada mais apropriado que o tal do bilionário que perdeu tanto dinheiro nos cassinos enfrente uma mulher tão cautelosa em Las Vegas.

Trump está num momento de alto desespero na sua bizarra campanha presidencial. Sim, erramos por tanto tempo. Com ar blasé no longínquo junho de 2015, quando Trump lançou sua candidatura, vociferando que mexicanos eram em geral estupradores, dizíamos que ele era um sorvete (sabor laranja) que logo derreteria. Bem, demorou um pouco mais do que prevíamos. 

Trump pirou de vez (nada bombástico esta declaraçã). Ele chega em Las Vegas jogando seus dados de forma aloprada na mesa, sem oferecer dados que provem suas denúncias sobre fraude no sistema eleitoral. Trata-se de mais uma desculpa deste setentão bebê chorão, antecipando a derrota em 8 de novembro.

Tanta coisa é inusitada neste ciclo eleitoral. E aí temos este esforço sem precedentes de um candidato por um dos dois partidões americanos declarando que a eleição presidencial é inválida antes do solene gesto democrático da cidadania.

Trump é movido a dívidas, ego e teorias conspiratórias. Obviamente, ele segue devendo evidências sobre as sandices que expele. Esta da fraude eleitoral é gravíssima, pois questiona a credibilidade das instituições. E a gente nunca sabe qual será a reação de alguns seguidores da seita Trump no day after, assim que saírem os resultados. Hillary Clinton foi infeliz na declaração, mas tinha razão ao rotular muitos seguidores de Trump de deploráveis.

Fico perplexo como Trump ainda será capaz de amealhar uns 40% dos votos. Sei que parte disso se deve à escandalosa vulnerabilidade de uma candidata como Hillary Clinton. Mesmo assim, é surreal. Trump está mais para personagem de filme Borat.

Vamos ver o que acontecerá nesta noite em Las Vegas. A aposta na vitória de Hillary em 8 de novembro é folgada. O que pode dar errado? Não vejo cenários Brexit e Colômbia, onde os resultados em referendos deram uma bela rasteira nas pesquisas. Hillary precisa desmaiar no palco para uma reversão no jogo eleitoral ou Donald Trump se revelar decente e plausível nesta reta final da campanha. 

Prefiro apostar que no próximo sábado, o programa de humor Saturday Night Live vai dar mais um show, inspirado pelo bizarro sinistro e pela ambiciosa mulher cautelosa. São os dados.

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