A história do menino paraibano que deu certo
Hoje, eu falo de um conterrâneo, paraibano como eu, cuja história inspiradora ilustra a Folha de São Paulo desta semana.
Nascido de família pobre no Sertão do Estado, Matheus Augusto da Silva poderia ser mais um “Silva” numa multidão de nordestinos pobres, condenados à ignorância, à miséria ou ao assistencialismo perpétuo.
Mas, o jovem, antes de tudo um forte, lutou contra o destino comum imposto a muitos conterrâneos. Filho e neto de pescadores, Matheus não queria o peixe na mão. Aprendeu, sozinho, a pescar seus sonhos.
Ainda criança, desenvolveu um projeto para aumentar o volume dos reservatórios de água de sua cidade, Boqueirão. Também criou um tipo de sabão à base de tamarindo, uma fruta conhecida e abundante na região.
Aos 11 anos, aquele menino paraibano cheio de ideias inovadores teve a mais importante delas: estudar nos Estados Unidos, onde estão as melhores universidades do mundo. Matheus queria estar entre os melhores.
Aos 22 anos, o paraibano cursa atualmente engenharia química e economia na Worcester Polytechnic Institute, perto de Boston. Fala seis idiomas. Fez dois intercâmbios. Estudou na China. Com outros estudantes, criou uma associação para desenvolver soluções de empreendedorismo que ajudem a melhorar o Brasil.
Matheus foge do padrão típico do brasileiro de escola pública: dependente de cotas, carente de aprovação automática, condicionado ao comodismo, condenado ao ostracismo. O paraibano foi além porque acreditou no seu potencial, e, apesar das dificuldades, não usou a pobreza como pretexto para a mediocridade ou o parasitismo.
Matheus foi longe por que apostou na meritocracia, que retribui a cada um na justa medida do seu esforço. Ele fez por merecer. Por isso, merece brilhar. Para Matheus, o menino sertanejo que ousou pensar alto, o mundo ficou pequeno. Agora, o céu é o limite.
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