Infâmia do Boko Haram não deve ser esquecida diante de ataques do EI
O Estado Islâmico é um campeão da barbárie suprema. Estão aí Paris e tantos outros cenários dos seus crimes contra a humanidade. O mundo permanece focado nos ataques do 13 de novembro na cidade-luz, mas o terror está em todas as partes. Na sexta-feira, foi o ataque em Bamako, no Mali, com dezenas de mortes. E outro bando de jihadistas alucinados na África tem um título infame de campeão mundial de mortandade. É o nigeriano Boko Haram.
Há anos, o Boko Haram deixa um rastro de barbárie na Nigéria e países vizinhos. De acordo com as cifras, em 2014 foi responsável por 6.664 mortes, superando o Estado Islâmico com suas 6.037 vítimas.
Esta semana, foi mais um espetáculo de horror, com um bomba no estado de Kano, norte da Nigéria, e também com as bombas detonadas por duas terroristas suicidas. Isso mesmo, o Boko Haram como outros grupos terroristas islâmicos não vacila em recorrer a mulheres, algumas delas meninas.
A Nigéria, um país muito corrupto mas democrático, tem um novo presidente desde maio. Ele é um ex-general ditatorial, desta vez no poder através do voto. O presidente Muhammadu Buhari disse esta semana que seu governo está determinado a dizimar o Boko Haram, assim como a corrupção.
Não será fácil. Para dar uma medida, o governo acaba de denunciar o assessor de segurança nacional do governo anterior de ter embolsado mais de dois bilhões de dólares destinados para equipamentos militares para combater o Boko Haram.
O Boko Haram prometeu fidelidade ao Estado Islâmico, mas não está claro se o movimento terrorista cuja principal base de operações está em território conquistado na Síria e no Iraque fornece alguma coisa aos terroristas nigerianos além de publicidade.
Pelas cifras, o Boko Haram é insaciável para matar. Somente no ano passado, as mortes atribuídas ao grupo tiveram uma alta de 300 por cento. Juntos, o Boko Haram e o Estado Islâmico foram responsáveis em 2014 por metade das mortes causadas por terrorismo no mundo.
O Boko Haram ganhou infâmia mundial no ano passado com o sequestro de centenas de meninas, que gerou mais uma daquelas sensacionais campanhas de solidariedade na Internet que não resultam em nada.
Em geral, a opinião pública mundial não presta atenção nas atrocidades do grupo nigeriano. Com este boletim, dou minha modesta contribuição para que a infâmia do Boko Haram não seja esquecida.
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