Invadir a Câmara é crime, não liberdade de expressão! Cana na delinquência!

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 17/11/2016 09h11

Manifestantes que invadiram o plenário da Câmara dos Deputados são retirados pela Polícia Legislativa do Congresso Nacional

Wilson Dias/Agência Brasil ABR - Manifestantes que invadiram o plenário da Câmara dos Deputados são retirados pela Polícia Legislativa do Congresso Nacional

Ainda não me conformei com o espetáculo patético protagonizado por aqueles bananas que invadiram a Câmara, aos gritos de “Sergio Moro”, “queremos um general” e “fechem o Congresso”.

É preciso chegar aos gurus desses trogloditas, que usam as redes sociais — na verdade, a Internet — como um esgoto. São culpados por isso todos aqueles que condescendem com as transgressões às leis democráticas.

Essa gente já deu trabalho durante o impeachment. Leiam o que escrevi sobre eles aqui no meu blog já naquele período. Onde quer que houvesse um protesto em favor do impedimento de Dilma, lá estavam com seus cartazes ridículos, pregando golpe militar.

E, por óbvio, os militares não queriam e não querem nem ouvir falar desses meliantes morais. Gente decente não prega o fechamento o Congresso e um golpe militar.

O que tem de acontecer com eles? Acho que têm de ser identificados e processados. Afinal, como costumo dizer, a democracia é o regime em que nem tudo é permitido. Aquele em que qualquer coisa é aceita é a tirania. Ao menos para os que são amigos dos tiranos.

Nesta quinta, serei paraninfo de uma turma de formandos da Polícia Militar de São Paulo. Tenho muita honra de ter sido convidado. E mais honrado ainda me sinto por ser uma referência para milhares de homens e mulheres corajosos, que arriscam a própria vida em defesa das leis e das instituições.

É preciso separar o joio do trigo; o alho do bugalho; é preciso distinguir aquele que aplica o uso legítimo e legal da força daquele que tenta fazer da força instrumento de ilegalidade e de ilegitimidade. Num caso, estamos numa democracia; no outro, diante de um dos vários matizes do fascismo. E tal tentação, diga-se, à direita e à esquerda, é uma constante nas sociedades.

É preciso coibir esses arroubos com o uso implacável da lei.

A esmagadora maioria da sociedade brasileira deixou claro nas ruas, nas manifestações pró-impeachment, o lado que escolheu. E escolheu o da democracia. Milhões ocuparam o espaço público sem um miserável incidente. É essa esmagadora maioria de pessoas firmes e pacíficas que decidiu mudar a história do Brasil, não esses extremistas ridículos, que são porta-vozes apenas da própria ignorância.

É claro que esses fascistas não nos representam. Espero que sejam, reitero, exemplarmente punidos.

Para que saibam que a democracia detém, sim, os instrumentos necessários para se defender.

De resto, está demonstrado o tamanho dos golpistas: quatro ou cinco dezenas de desocupados delirantes, insuflados por vampiros morais, que mal disfarçam a própria loucura.

São de extrema-direita? É até possível que sim. Mas são, antes de mais nada, de uma extrema burrice.

Liberdade de expressão?
E antes que os confusos de sempre venham falar em liberdade de expressão, vamos deixar claro: uma coisa é o sujeito se armar de uma cartolina ou uma faixa e pedir o fechamento do Congresso e um golpe militar nas ruas ou numa praça. Que seja estúpido a seu modo.

Outra, muito distinta, é resolver transformar o seu pleito numa ação direta, invadindo o Parlamento e impedindo o seu funcionamento.

Isso nada tem a ver com liberdade de expressão. Isso é crime.

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