Irmão de Dirceu resolveu abrir a boca

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2015 16h53
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 Luiz Eduardo Oliveira e Silva Suellen Lima/Frame/Folhapress Luiz Eduardo Oliveira e Silva

O que é que deu no irmão, Luiz Eduardo, e no assessor, o Bob, de Zé Dirceu, que resolveram facilitar as investigações da PF e do MPF do Paraná a respeito dos malfeitos, digamos, do ex-chefe da Casa Civil de Lula?

Luiz Eduardo de Oliveira, irmão de José Dirceu, sempre foi uma pessoa absolutamente discreta. Preso, ele resolveu abrir a boca. Imagine só que ele deu uma informação que ele recebia 30 mil reais por mês.

Quantos trabalhadores brasileiros recebem esse salário? Pois é, e ele recebia porque cuidava da parte administrativa da JD, a empresa, a tal da consultoria do José Dirceu.

E mais: ele disse para os investigadores, para os federais e promotores, para conhecimento do juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, que esse papo de consultoria não existe. Era na propina mesmo, legítima, da boa.

E neste domingo leio no Estadão um título que diz assim: “Ex-assessor diz que recebeu de Dirceu 150 mil reais em espécie”. Aí é o seguinte: o Luiz Eduardo de Oliveira é uma pessoa que não tem, a não ser o parentesco, uma intimidade maior com os negócios do Dirceu.

Agora, Roberto Marques, o tal do assessor, o Bob, era o faz tudo do José Dirceu. E ele também resolveu de repente contar as coisas. Imaginem que notícia boa para o país. O irmão e o ex-assessor de Dirceu estão fazendo o papel que o próprio Dirceu se nega a fazer, de contar a verdade. E olha que nenhum deles faz colaboração com a Justiça, nenhum deles negociou a possibilidade de redução ou anulação de pena em troca das informações que ele dá.

Ele simplesmente dá, fala, pelo visto a verdade. Essa verdade é muito dura. Imaginem só que o Luiz Eduardo contou que tinha uma anotação no famoso livro vermelho de José Dirceu, dizendo que era um contato com Toffoli, sob o título “O Antagonista”.

Já descobriu que Toffoli, evidentemente, é o ministro do Supremo e o presidente do TSE, e que Tito é um político ligado a José Dirceu que foi beneficiado numa decisão, imagina por quem? Pelo Toffoli.

Quer dizer, a coisa está realmente cheirando muito mal e, pelo visto, o livro vermelho de Dirceu ganha foros das cadernetinhas do Prestes com a tradução sempre prestimosa de Bob e Luiz Eduardo.

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