Janot consegue o impossível: une o STF a favor de Gilmar Mendes
A sucessão na Procuradoria-geral da República é o pano de fundo do pedido de impedimento que Rodrigo Janot fez em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes (veja mais abaixo).
O pedido caiu mal entre integrantes do STF, informa a colunista Jovem Pan Vera Magalhães. As 11 “ilhas” do Supremo se unem pois dizem que não podem aceitar como precedente que um procurador-geral possa questionar a idoneidade de um ministro a todo momento.
Janot pode ter conseguido algo quase impossível: uma unanimidade a favor de Gilmar Mendes, que tem desafetos inclusive no Supremo. A coluna conversou com dois magistrados com os quais Mendes tem entreveros constantes.
E, neste caso, ambos foram solidários ao colega. Eles disseram que, se Cármen Lúcia levar o caso ao plenário, deve haver uma unanimidade contra o impeachment.
Eles apostam, no entanto, que a própria presidente do STF considere o pedido extemporâneo, pois se passaram cinco dias após o início do processo. Seria uma forma de abafar de vez o clima desagradável entre a Procuradoria e o Supremo.
Sucessão na PGR
Hoje Janot pelo menos dois candidatos contra si. As inscrições para a lista tríplice ocorrem na semana que vem. O procurador ainda está em dúvida se coloca a si mesmo como candidato a mais uma recondução, ou se apoia o subprocurador Nicolao Dino.
Nicolao Dino é irmão do governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB). Nicolao tem o um veto explícito do PMDB na pessoa do ex-presidente José Sarney. Caso consiga figurar na lista, Dino muito provavelmente não será nomeado por Michel Temer.
Os dois outros candidatos, principais opositores a Janot, são os subprocuradores Raquel Dodge, que já discutiu publicamente com o atual PGR no Conselho Nacional do Ministério Público, na semana passada, e Carlos Frederico. Ambos têm grande chance de figurar na lista tríplice.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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