Jihadistas querem choque de civilizações; e agora?
Na manhã de uma terça-feira de verão, 11 de setembro de 2001, eu fui atacado em Nova York; os novaiorquinos foram atacados; os americanos foram atacados; você foi atacado; a civilização foi atacada. Na noite de uma sexta-feira de outono, 13 de novembro de 2015, os parisienses foram atacados; os franceses foram atacados; eu e você fomos atacados; a civlização foi atacada.
Nova York e Paris são cidades irmãs, irmanadas pela civilização, irmanadas pelo dor. São tantas outras irmãs, vítimas do terror islâmico ensandecido: Madri, Londres, Tel Aviv, Nairóbi, Mumbai. A lista é imensa, a dor interminável e o temor de mais do gênero indescritível.
Dizer o quê? Vamos repetir os clichês de ocasião. Não perdem o impacto. Horror, espanto, indignação. O 13 de novembro é o 11 de setembro dos franceses, maIs uma data fatídica em que a história da humanidade muda. Não sabemos exatamente o que nos aguarda, a escala de reação, a resposta antiterror, a resposta de mais terror.
O 11 de setembro alterou os conceitos de segurança antiterror e alterou o jogo geopolítico. Os atentados de 2001 geraram duas guerras: Afeganistão e Iraque. E agora? Tudo leva a crer que teremos a intensificação da megaconfusão na Síria e no Iraque. A crise dos refugiados irá se agravar.
Estes jihadistas ensandecidos querem o choque de civilizações. Não será fácil, como nunca é, saber encontrar a medida entre o combate implacável contra o terror islâmico sem ir à guerra contra uma religião.
Estou muito analítico neste comentário no calor dos acontecimentos. Lembro-me da dificuldade que eu tinha para conciliar a análise e a emoção enquanto cobria os eventos daquele 11 de setembro para a Jovem Pan. A mesma coisa acontece agora com a tragédia em Paris. Quero terminar com uma mensagem de solidariedade. Naquele 11 de setembro, bradava-se: somos todos novaiorquinos. Hoje é minha vez de proclamar: somos todos parisienses.
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