João Santana pode alegar que a operação foi legal, mas isso é obscuro até que a prova apareça
Pergunta: A investigação da Polícia Federal de uma transferência de dinheiro, de dólares, de Angola para o marqueteiro do PT, João Santana, pode significar mais um fato a ser considerado na onda de denúncias de corrupção contra o governo brasileiro?
Resposta: Os jornais noticiaram neste domingo que a Polícia Federal abriu uma investigação sobre a transferência de 16 milhões de dólares, ou seja, 48 milhões de reais, de Angola, em 2012, para a conta do marqueteiro João Santana.
João Santana, que substituiu Duda Mendonça fazendo as campanhas de Lula e do PT, e depois também de Dilma, é o marqueteiro bem mais sucedido do Brasil fora do país, e opera sempre com gente, digamos, ligada, conectada, financeira e ideologicamente competente.
Mauricio Funes, de El Salvador, em 2009; Hugo Chavez na Venezuela em 2012; Danilo Medina no Panamá em 2012; no mesmo ano, José Eduardo dos Santos em Angola. Angola está enrolada numa triangulação que está sendo devastada pela Justiça portuguesa.
A Portugal Telecom queria comprar a Cemig e teria feito uma triangulação: depositou uma quantia de 2 milhões de euros para o PT, e, em troca, o governo Lula permitiu a venda da Cemig.
Danilo Medina está envolvido numa operação que a Polícia Federal está investigando, de um possível tráfico de influência em transações internacionais de Lula em favor da construtora Oderbrecht no país dele, a República Dominicana, e também em Gana.
O que nós achamos impressionante é como é frequente esse tipo de denúncia envolvendo o PT, as campanhas do PT, o financiamento do PT e os marqueteiros do PT. É claro que, como acontece em relação por exemplo a João Vaccari, tesoureiro do PT, “a operação foi totalmente legal, segundo João Santana.
Ele pode provar isso ao longo do tempo, mas até lá isso é muito obscuro, e é preciso que o Brasil resolva de uma vez esses negócios e escândalos relativos a financiamentos de campanha, principalmente de um partido que quer tornar o financiamento de campanha exclusivo de dinheiro público, que é o nosso dinheiro.
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