Jogo político espanhol é mais uma vítima das convulsões europeias
O jogo político espanhol é mais uma vítima das convulsões, especialmente econômicas, na Europa. O Partido Popular, que é conservador, do primeiro-ministro Mariano Rajoy emergiu como o bloco com mais votos nas eleições de domingo, mas perdeu a maioria absoluta que conquistara nas eleições de 2011.
O Partido Popular e seu tradicional rival o Partido Socialista, que ficou em segundo lugar nas eleições, na verdade são vítimas de uma Espanha assolada por alto desemprego e escândalos de corrupção. Ambos os partidos não exercem mais o controle político no país como nas décadas que se seguiram ao fim da ditadura franquista.
Existe uma robusta, porém incompleta, recuperação econômica, mas a política de austeridade tem um preço muito alto, com desemprego ainda acima de 20% e falta de perspectivas para os jovens. Muitos dos quais preferem sair do país em busca de oportunidades e por uma época o Brasil era visto como Eldorado por jovens espanhois
Esta desilusão com a situação e com os partidos tradicionais explica o dinamismo do leque partidário espanhol. Os partidos Popular e Socialista agora têm a companhia na mesa de poder político de dois jovens partidos, liderados por gente na faixa de 30 anos.
São o “Podemos” de extrema esquerda e o “Ciudadanos”, ou Cidadãos, de centro direita. A mensagem anti-austeridade do Podemos rendeu mais do que a mensagem de inovação do Ciudadanos, que acabou tendo menos votos do que se projetava.
De qualquer forma, estes dois partidos são a cara de uma nova Espanha. E adiante está a incerteza política para a nova Espanha, com o cenário de poder fragmentado. As possibilidades são de um governo minoritário com Mariano Rajoy, do Partido Popular, novamente como primeiro-ministro, ou alguma combinação de coalizão composta por dois ou três partidos destes quatro que agora dominam o quadro político espanhol.
Um possiblidade também é que já em 2016 os espanhois votem em novas eleições.
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