Jogos Olímpicos foram um sucesso! E o ausente mais presente foi o governo Temer. Fez bem!
Eduardo Paes foi o primeiro condutor da Tocha Olímpica no Rio de Janeiro
Eduardo Paes foi o primeiro condutor da Tocha Olímpica no Rio de JaneiroContrariando as expectativas mais pessimistas e o fel dos que disfarçam a insatisfação com a própria vida torcendo sempre pelo pior, os Jogos Olímpicos do Rio foram um sucesso. Aliás, afirmei aqui no blog, antes que começassem, que apostava que assim seria.
Mais: é tolice essa história, reitero, de afirmar que agora acordamos para a verdade. Tudo o que se viu nessas pouco mais de duas semanas era também real — a parte boa da realidade. Sim, temos de lamentar que as coisas ruins persistam, e é preciso que se tomem providências para corrigir o que não vai bem.
Querem um exemplo claro? Infelizmente, a segurança pública do Rio tenderá a voltar ao normal em breve. E o normal não é bom. Os eventos que realmente infelicitam os cariocas nem sempre são protagonizados por quatro nadadores americanos meio trapalhões, não é? E nem sempre o estado consegue dar uma resposta tão rápida e tão precisa à sociedade.
Para o bem, não para o mal, houve um grande ausente presente nestes Jogos Olímpicos: o governo federal! Eu diria ser esse um tento marcado pelo presidente Michel Temer, para desaire das esquerdas.
Ainda me lembro das solenes promessas revolucionárias feitas por falastrões como Guilherme Boulos, do MTST, e João Pedro Stédile, do MST: se viesse o impeachment, o Brasil se transformaria no mármore do inferno… Pois o impeachment veio — no fim deste mês, Dilma recebe o cartão vermelho —, e os comunas tiveram de enfiar a sua viola quebrada no saco.
Os Jogos Olímpicos chegaram com o país relativamente em paz, embora haja muita coisa a fazer. Esse não é o Brasil que recebeu a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014. Ainda que os problemas estruturais que nos infelicitavam estejam todos aí, à espera de uma resposta, a verdade é que as parcelas mais crispadas da sociedade, que levavam seu inconformismo às ruas, parecem ter resolvido dar um voto de confiança ao atual arranjo político. Para a melancolia dos profissionais do confronto.
Sim, é verdade: na abertura da Olimpíada, houve a breve vaia ao presidente Michel Temer, que preferiu a discrição. O Lula superpopular dos Jogos Pan-Americanos de 2007 também recebeu a sua dose. E olhem que estava no primeiro ano do seu segundo mandato. Não foi diferente com Dilma em 2014. O comportamento de um estádio quando é anunciando o nome de um político não serve de parâmetro. Não é um termômetro da tensão ou da paz social.
Com o governo um tanto ausente da propaganda, respirou-se uma espécie de Olimpíada dos cidadãos, o que me parece, se querem saber, bom. Mas é evidente que as estruturas do estado brasileiro atuaram a contento. Afinal, aquilo a que se chamou “boa organização dos Jogos” não surgiu no vácuo. Há pessoas operando aquilo tudo. O trabalho conjunto entre o estado, o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê Olímpico Internacional foi obviamente bem-sucedido.
Não fui ao Rio no período. Pessoas amigas que lá estiveram e que não se deixam impressionar com facilidade elogiaram a organização e os aparelhos urbanos postos a serviço dos Jogos Olímpicos e à disposição dos cidadãos. Ainda que desagrade a esse ou àquele em razão do estilo — e a quem não desagrada? —, parece que uma figura pública acabou se identificando com o sucesso do evento mais do que qualquer outra e por bons motivos: o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Lidou com obras gigantescas, e, que se saiba, não aparece em nenhuma lista de empreiteira em situação desconfortável. Ser honesto é uma obrigação, não uma distinção, eu sei. Mas vivemos os dias que vivemos, não é mesmo? Às vésperas do evento, Paes teve de se haver com a queda de parte da ciclovia que margeia a Avenida Niemeyer — parecia haver ali um mau presságio — e precisou botar a boca no trombone para chamar atenção para o descalabro da segurança pública, o que lhe rendeu críticas, a meu ver, injustas.
Seja como for, boa parte da melhoria que os cariocas sentiram na cidade e do conforto oferecido aos turistas derivou de obras tocadas pela prefeitura. “Ah, com a dinheirama que o governo federal jogou lá, fica fácil…” Infelizmente, isso não é verdade. O dinheiro não basta. É preciso também ter competência.
O resultado, em suma, é positivo em várias frentes. Como vocês notam, queridos leitores, quando não gosto, falo mal; quando gosto, falo bem! Isso deixa delinquentes intelectuais como Guilherme Boulos muito nervosos. Sinal de que estou no caminho certo, não é mesmo?
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