Jornais estrangeiros analisam primeiras semanas de governo Temer

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 26/05/2016 12h00
EFE/Fernando Bizerra Jr. Fotos Henrique Meirelles - ministro da Fazenda

O Brasil está em ritmo de feriadão, semana curta de trabalho, mas em termos políticos ela foi longuíssima para o nascente governo Temer. E qual é a avaliação externa dos passos dados? Exceto para quem torce automaticamente contra, existe uma avaliação objetiva de que Temer supera as primeiras tempestades, os primeiros escândalos.

Esta semana, os principais jornais do mundo acompanharam o caso Jucá. Lembram-se dele? E muita atenção também foi dada às medidas de contenção dos gastos públicos. Obviamente, este foi o foco dos principais jornais econômicos do mundo. O tom é de que Temer empreende um esforço inglório para restaurar a confiança na economia brasileira, depois do desastre Dilma. Lembram-se dela?

O Financial Times ressalta que as medidas propostas por Temer são ambiciosas e urgentes para restaurar as finanças públicas que afundam. Sobre o caso Jucá, analistas ouvidos pelo influente jornal britânico salientam que o incidente sinaliza mais volatilidade para o governo Temer diante do número de ministros e altos funcionários implicados em investigações de corrupção.

No entanto, na conclusão do Financial Times, a reação do presidente interino de fazer com que Romero Jucá abandonasse o ministério conteve parte do estrago.

Já o Wall Street Journal tem uma reportagem com o título informando sobre a árdua tarefa de Temer para recolocar a economia nos trilhos. O quadro das finanças públicas é definido como precário e as propostas de contenção dos gastos como ambiciosas.

O jornal explica a seus leitores que com menos de duas semanas em um cargo que deve durar até 2018 se Dilma não regressar ao Palácio do Planalto, Temer tenta encarar duros problemas estruturais para neutralizar uma crise explosiva.

E por falar em crise explosiva, o Wall Street Journal devotou reportagem em alto de página na quarta-feira à “confusão” no sistema de previdência. De cara, a reportagem diz que nenhum desafio polariza mais o Brasil do que a reforma da previdência, com sindicatos e aposentados furiosos com as propostas para aumentar a idade para a aposentadoria.

Vou poupar os ouvintes dos detalhes, que todos estão velhos de saber. No entanto, lá está o gráfico informando que das 50 maiores economias do mundo, o Brasil é a penúltima, ganhando só da Tailândia, em termos de sustentabilidade do sistema previdenciário.

O Wall Street Journal diz que o x da questão se resume à matemática: “Os brasileiros se aposentam muito cedo e contribuem muito pouco para gerar os benefícios que eles recebem”. Insustentável.

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