Juiz mantém sigilo de depoimentos de mensaleiros

José Dirceu anda inconformado com a decisão do juiz Sergio Moro de manter o sigilo dos depoimentos que envolvem o mensaleiro no escândalo de propinas da Petrobras.

O magistrado negou o acesso dos advogados de Direceu à delação premiada do lobista Milton Pascowith, um dos operadores do esquema de corrupção.

Em delação premiada, Pascowtich revelou que repassou propina a Dirceu disfarçada de serviços de consultoria. Segundo o lobista, ele teria pago quase um milhão e meio de reais ao mensaleiro, entre 2011 e 2012.

Dirceu, que cumpre prisão domiciliar por envolvimento no Mensalão, está enrolado até o pescoço no Petrolão.

O ex-ministro petista também foi citado pelo doleiro do esquema, Alberto Youssef e pelo homem-bomba Ricardo Pessoa, dono da UTC. Todos confirmam: José Dirceu recebeu milhões em propina das empreiteiras investigadas na Lava Jato.

O petista teve seus sigilos fiscal e bancário quebrados pelos investigadores da operação.

Segundo o Ministério Público Federal, há indícios de que a JD Consultoria, empresa de Dirceu, esteja ligada ao Petrolão.

Um relatório da Receita Federal comprovou que, entre 2006 e 2013, o mensaleiro recebeu mais de 29 milhões em supostos serviços de consultoria. A suspeita é de que mesmo preso por corrupção, o chefão petista recebia mesada do propinoduto da Petrobras.

Enquanto cumpria pena na Papuda, Dirceu continuou faturando. Foram pagos quatro milhões e cento e sessenta mil reais em “serviços de consultoria”.

Segundo a colunista de Folha, Monica Bergamo, o ex-ministro de Lula teria dito a interlocutores que a Operação Lava Jato arruinou seus negócios como consultor.

Aqui para nós, a ruína da JD Consultoria é o menor dos males para Dirceu. Se é que a especialidade dele era mesmo em consultorias…

Pior para o petista neste momento é o risco terminar a tumultuada biografia política como corrupto inveterado.