Justiça anula candidatura de Padilha em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2014 11h27
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Reinaldo, quer dizer que a Justiça anulou a candidatura do petista Alexandre Padilha em São Paulo?

Pois é, pois é. Uma decisão, ainda provisória, da Justiça de São Paulo tornou sem efeito a suspensão aplicada pelo PT ao deputado estadual Luiz Moura ― o que o impediu de se concorrer à reeleição ― e ainda anulou a convenção estadual do partido, que aconteceu em maio. A direção do PT vai recorrer. Caso se confirme o conteúdo da liminar, Alexandre Padilha não poderá se candidatar ao governo de São Paulo. Nessa hipótese, na verdade, todas as candidaturas do partido em São Paulo estarão anuladas, a qualquer cargo. Como o prazo legal já se esgotou, o PT ficaria fora da eleição no Estado. Já aconteceu antes? Já! Em 1992, uma decisão do TSE anulou a convenção do PFL em São Paulo.

Só para lembrar: Luiz Moura é aquele deputado estadual que foi flagrado pela polícia numa reunião a que compareceram membros do PCC. O objetivo seria planejar novos ataques a ônibus. O partido evitou expulsá-lo, mas decidiu não lhe dar legenda para se candidatar porque considerou que isso prejudicaria a campanha petista. O deputado estadual é um aliado político de Jilmar Tatto, secretário dos Transportes de Fernando Haddad, e o próprio Padilha já compareceu à sua festança de aniversário, onde discursou.

Moura recorreu apenas contra a suspensão ― também anulada pela liminar ―, mas o juiz Fernando Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, avaliou que a própria lisura da convenção estava comprometida e a tornou sem efeito. O magistrado concordou com o argumento do parlamentar petista, que diz não ter tido direito de defesa, o que a direção do partido nega.

Não tenho nenhuma disposição de defender um grupamento que me coloca numa lista negra e que excita a fúria da turba contra mim, como fez o PT, mas a decisão me parece exagerada. Não tenho, em suma, simpatia por quem se candidata a meu algoz, mas tenho compromisso com o que penso. Parece-me que o comportamento de Moura dá motivos para que o PT o suspenda, ainda que ele fosse um queridinho da turma até anteontem. Até onde sei, o homem foi ouvido, sim, pelo comando. Ocorre que suas explicações não pareceram, porque não eram, convincentes.

Não conheço o conteúdo da liminar ― eu a procurei e não a encontrei. Não sei os motivos da anulação decidida pelo juiz Fernando Camargo. Parece-me, em princípio, que a matéria deveria passar pelo exame da Justiça Eleitoral, a menos que um crime grave de outra ordem tenha sido cometido, tornando ilegítimo processo.

Comenta-se, nos bastidores, que Lula e a turma de Padilha decidiram mudar o discurso do candidato, que não emplaca: em vez daquela coisa, assim, “coxinha e progressista”, ele assumiria uma inflexão claramente de esquerda, colando-se aos sindicatos e aos movimentos sociais. É um sinal de que as coisas não andam bem por lá. Agora, há uma nova frente de batalha para tentar viabilizar o nome de Padilha: a da Justiça. Definitivamente, é um candidatura que não estreou com o pé direito ― e, por enquanto, nem com o esquerdo.

 

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