Lava Jato cuida para Lula não transformar acusações sérias em perseguição política
As delações de Marcelo Odebrecht vão ser muito importantes, quando detalhadas. A compra de um imóvel que abrigaria o Instituto Lula é um dos pontos obscuros da situação do ex-presidente. O imóvel foi colocado no nome de um primo de Bumlai, o amigão do Lula, que também está preso. Seria uma clara contrapartida, segundo a Lava Jato, aos benefícios que a empresa recebeu durante os governos Lula e Dilma.
Não é o único: o pagamento das palestras do ex-presidente e a contratação da empresa de Taiguara, sobrinho de Lula, para obras da Odebrecht em Angola, na África, para as quais a companhia não tinha a menor expertise, são indícios que a Lava Jato coleciona sobre a relação imprópria de Lula com a empreiteira, que também teria sido manifestada no imóvel do Guarujá e sítio de Atibaia.
Tudo isso vai compor um leque de acusações que, ao final do processo, a Lava Jato acredita, vão demonstrar que o ex-presidente Lula se beneficiou de tráfico de influência, corrupção passiva, peculato e outras acusações.
Essa grande questão que mobiliza o Brasil: “quando Lula será preso?” não deve ser a grande preocupação. E sim se haverá, ao término das investigações contra ele, motivos concretos para condená-lo. E, se a pena de condenação for em anos suficientes para que ele cumpra em regime fechado, aí sim ele ser preso.
Creio que a Lava Jato só vai tomar uma medida de prisão contra o ex-presidente Lula ao fim e ao cabo do processo para justamente não ser acusada de uso político e espetacularização. A Operação vai trabalhar em cima das provas. E é bom que assim seja para não dar ao PT essa chance de bancar o espertinho, como ele está tentando, e transformar o que são acusações seríssimas, graves, embasadas em fatos, em uma perseguição política, que não é.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.