Lula exige e banco Santander demite funcionária

  • Por Jovem Pan
  • 30/07/2014 12h28

Reinaldo, o banco Santander mandou mesmo embora uma funcionária, como exigiu Lula. Isso colabora para formar uma boa imagem do PT?

A resposta me parece óbvia, é claro que não. Olá, internautas e amigos da Jovem Pan.

A “analista” do Santander, que não teve seu nome divulgado, já foi demitida. A informação foi passada aos jornalistas pelo presidente mundial do banco, Emilio Botín, que foi chamado por Lula, nesta segunda, durante encontro da CUT, de “meu querido”. O chefão petista, aliás, puxou o saco do banqueiro e demonizou a pobre bancária. Afirmou que a moça não sabia “porra nenhuma”, nesses termos, e que o seu amigão deveria dar a ele, Lula, o bônus que caberia à então funcionária.

Só para lembrar: correntistas com conta acima de R$ 10 mil receberam uma avaliação sobre a situação política e econômica do país. O texto informava que os indicadores pioram se aumentam as chances de Dilma ser reeleita. Grande coisa, isso já virou lugar-comum. Os petistas, no entanto, se aproveitaram para inventar uma guerra dos ditos “ricos” contra o PT. Prefeituras do partido que têm a conta-salário no banco falam em romper o contrato. A militância estimula os filiados a retirar seu dinheiro da instituição. Não passa de oportunismo eleitoral.

Certa feita, um adversário de Marat, o porra-louca jacobino da Revolução Francesa, afirmou sobre o seu furor punitivo: “Deem um copo de sangue a este canibal, que ele está com sede”. Falo o mesmo sobre certas vocações que saem por aí pedindo cabeças: deem copos de sangue aos canibais; eles estão com sede.

É claro que se trata de uma ação para intimidar o debate. A partir de agora, nas instituições financeiras, bancos ou não, está instalado o clima de terror jacobino. Até parece que isso vai mudar alguma coisa. Não vai, não. Tudo tende a piorar.

O PT apelou ao TSE – e obteve uma liminar absurda – para tirar da Internet dois textos da consultoria Empiricus Research que o partido considera que lhe são negativos. O conjunto da obra é péssimo e indica que o PT não tem um compromisso inegociável com a liberdade de expressão. Não custa lembrar que essa é a legenda que definiu como um de seus principais objetivos o chamado “controle social da mídia”. Imaginem como seria a liberdade de expressão entregue a esses patriotas.

Que coisa. O partido que, na década de 80, queria ser a encarnação da liberdade de expressão agora quer se manter no poder apelando à censura, ao terror e ao silêncio. Não é um bom caminho.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.