Lula, Falcão e Haddad traçam plano de sabotagem do governo Temer

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 20/04/2016 11h20
Rui Falcão concede entrevista em São Paulo. 10/3/2016. REUTERS/Nacho Doce REUTERS/Nacho Doce - 10/3/2016 Rui Falcão

Bem, reconheça-se ao menos uma honestidade ao PT, já que nenhuma outra lhe pode ser atribuída. O partido decidiu que, na vigência do governo Michel Temer, vai se comportar como um sabotador e atuará ao arrepio da Constituição, das leis e das instituições. Espero que a democracia e o estado de direito se encarreguem da turma caso a legenda cumpra suas ameaças.

O plano de sabotagem do futuro governo foi delineado nesta terça-feira, em encontro no Instituto Lula, que reuniu, além do antecessor de Dilma, o presidente do PT, Rui Falcão; o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad — eis um homem que entende de povo —; o coxinha vermelho Guilherme Boulos, do MTST, e Gilmar Mauro, do comando do MST.

Depois de dar com os burros n’água ao tentar transformar o país num prostíbulo de quarto de hotel, Lula está revoltado. Anda bravo até com o deputado Tiririca. No encontro, o chefão petista defendeu que o caminho é deslegitimar o governo Michel Temer. Ele não se mostrou um entusiasta, por enquanto, do encurtamento do mandato de Dilma, com novas eleições. Disse que isso seria jogar a toalha. Bem, ainda que não fosse, tratar-se-ia de uma inconstitucionalidade.

Foi de Rui Falcão que partiram a ameaça e a promessa explícitas. Ao falar com a imprensa depois do encontro, disse qual é o busílis:
“O PT não vai permitir que ele ponha em prática o seu programa. Não podemos permitir que, depois de anos de avanço, venha um cara sem voto retirar direitos que foram conquistados com muita luta. É muito mais do que oposição parlamentar só. É dizer para a população que, com um governo ilegítimo, não tem paz, não tem tranquilidade, tem luta. É deslegitimação permanente aqui e no exterior”.

Como se nota, é um plano de sabotagem que não dispensa nem mesmo a difamação do país mundo afora. Observem que Falcão não está dizendo que vai se opor a essa ou àquela medida. Ele está deixando claro que não aceita é a solução constitucional. É a cara deles: nas eleições de 2006, 2010 e 2014, trataram a possibilidade de perder a disputa para a oposição como um retrocesso; como se a vitória do adversário constituísse um assalto ao poder. Eis a cabeça da esquerda mistificadora e mixuruca.

E a coisa não para por aí. Franjas do partido no mundo sindical, sob o comando de Lula, também partem para a ameaça.

A Federação Única dos Petroleiros, a FUP, convocou os sindicatos dos trabalhadores da Petrobras para discutir uma paralisação contra o impeachment. A entidade, que é ligada à CUT, alega que a saída ameaça direitos trabalhistas e pode representar “a entrega do pré-sal para as multinacionais”. A FUP solicitou aos 12 sindicatos associados para debater a proposta de uma greve unificada com outras categorias para questionar o processo de impeachment. Nota à margem: em seu pronunciamento eivado de mentiras, a própria Dilma veio com a cascata de que o futuro governo pretende entregar o pré-sal a empresas estrangeiras.

Eis aí a estratégia criminosa para inviabilizar o país. Assim agem as esquerdas quando são derrotadas numa disputa democrática: basta chamar a solução vencedora de golpe e reivindicar o suposto direito à rebelião, que nada mais seria, no caso em espécie, do que subversão da ordem democrática.

É claro que a democracia brasileira dispõe de instrumentos para enfrentar a desordem. E eles terão de ser usados caso ela sobrevenha. Talvez, em alguma medida, o PT conte com isso. Faz tempo que o partido tá doido para ver soldado na rua. Isso colaboraria com a sua farsa.

Que o futuro governo se prepare. Será preciso ser o mais didático e esclarecedor possível a respeito dos fatos que tomarem as ruas — caso isso venha a acontecer. Até porque será a disputa de uma minoria de extremistas e apaniguados contra a maioria que luta honestamente para ganhar a vida, mesmo em meio às adversidades.

Mais: há uma diferença entre o exercício da liberdade de expressão e ameaças que, em qualquer democracia do mundo, seriam consideradas aquilo que são: terroristas.

Mas estou certo de que a democracia conseguirá combater as tentações ditatoriais da fascistada de esquerda, incluindo os convivas do encontro desta terça.

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