Lula pode assumir cargo de campanha de Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2014 14h16

A presidente e o ex-líder trataram da reforma ministerial prevista para o fim do mês

Divulgação/Ricardo Stuckert/Instituto Lula Lula volta a deixar crescer a barba em encontro com Dilma Rousseff

Reinaldo, quer dizer que Lula pode ter um cargo na campanha de Dilma?

Parece que sim, o cargo de “dono” da candidata já não basta. Segundo informa a Folha, o ex-presidente pode assumir a função de coordenador da campanha de Dilma na reeleição. Caso se efetive, o esforço atende a um duplo propósito mitigaria o movimento “volta Lula”, que obviamente incomoda a presidente, e deixaria o chefão petista ainda mais livre para atacar os adversários.

Na prática repetir-se-ia o que se viu em 2010, ele faria a campanha e ela posaria de papagaio de pirata. Na disputa anterior, o então presidente afirmou que quando alguém pusesse um “x” no nome de Dilma, estaria na verdade votando no Lula. Os dois se encontram hoje em São Paulo. Segundo apuração da Folha, devem discutir essa possibilidade, antes do início do encontro nacional do PT.

É claro que Lula teria desde sempre um papel central na campanha de Dilma. Com o cargo, no entanto, ficaria mais claro seu empenho na reeleição da companheira. E é evidente que o chefão do PT disporia também de mais autonomia para falar em lugar dela, o que é sempre desagradável, não é? Para todos os efeitos, afinal, a presidente é Dilma, ainda que ele certamente não se conforme com isso.

Os dois participam nesta sexta da abertura do encontro nacional do PT, quando deverá haver manifestações explícitas de unidade. O evento servirá para confirmar Dilma como candidata do partido à presidência. A ala “dilmista” avalia que é preciso por um ponto final na boataria de que Lula pode lhe tomar o lugar.

Esse encontro também debaterá um documento de diretrizes, que foi elaborado por Marco Aurélio Garcia. Referindo-se às oposições, diz o texto: “Sua paralisia é decorrência do caráter regressivo e reacionário das poucas propostas que tem apresentado. Não escondem a disposição de abandonar as políticas de emprego e de renda dos governos Lula e Dilma”.

Num outro trecho, o documento sustenta que as críticas dos adversários à Petrobras e à Eletrobras são uma “nostálgica fidelidade às políticas privativas que aplicaram no passado”. Como se nota, parece que os petistas não tiveram nenhuma ideia nova nos últimos 12 anos que não seja acusar os adversários de querer privatizar isso e aquilo. Embora, como se sabe, Dilma tenha corrido desesperadamente para privatizar, ela sim, estradas e aeroportos.

O discurso, tudo indica, não está colando. E por isso pensam em substituir informalmente a candidatura de Dilma pela de Lula. No fim das contas, ele disputaria a presidência, mas como coordenador. Aí será preciso combinar com o eleitor para saber se ele aceita ser enganado.

 

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