A má gestão facilita a corrupção e vice-versa; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 22/04/2015 17h45
  • BlueSky
EFE/FERNANDO BIZERRA JR Presidente Dilma Rousseff discursa durante posse do novo ministro da Educação

Pergunta: O que é pior na atual conjuntura do governo do PT e das empresas estatais que ele comanda: a corrupção ou a má gestão?

Resposta: Nesta terça-feira, dia em que se celebra o enforcamento do mártir da independência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, acaba de ser noticiada uma forma em que o governo e as empresas estatais nos estão enforcando dia a dia, mês a mês, ano a ano.

O jornal “O Globo” publica, em manchete, que a mudança no projeto do complexo petroquímico do Rio de Janeiro, o COMPERJ, em Taboraí, tornou inútil metade do equipamento comprado pela Petrobras em caráter emergencial em 2010.

Todo esse material permanece, há cerca de três anos, em partes, na Ilha do Governador em Taboraí, onde o armazenamento custa, em média, 360 dólares por hora. Três milhões de dólares, quase 10 milhões de reais por ano. Com material sem uso. É o fim da picada.

Mas essa notícia coincide com o depoimento de delação premiada que a polícia federal ouviu do presidente da Camargo Correa, grande empreiteira brasileira, o Eduardo Leite. Neste depoimento, ele afirmou que os projetos mal feitos pela Petrobras facilitavam a inserção dos valores das propinas nos contratos feitos com a estatal; então é isso, meu caro amigo ouvinte da Rádio Jovem Pan.

Preste atenção: você paga pela má gestão, a má gestão gasta. Eu sempre disse que a ineficiência é mais cara do que o roubo, muito embora isso não justifique o roubo. Mas agora está sendo feito uma concatenação lógica entre a má gestão e o roubo.

Quer dizer, quando você fala, quando, por exemplo, a dona Dilma fala que o governo dela combate a corrupção, só haveria alguma coisa efetiva nessa afirmação, se ela também combatesse a má gestão.

Ela consegue a glória de fazer tudo junto: a má gestão facilitando a corrupção e a corrupção facilitando a má gestão, ou seja, eu repito aquilo que escrevi num artigo para o Jornal O Estado de S. Paulo: “nós estamos no mato”. Sem cachorro, mas sobretudo acuados pela cachorrada.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.