Mais um tesoureiro do PT está enrascado com a polícia

  • Por Jovem Pan
  • 06/02/2015 11h09

O tesoureiro do PT Renato Ribeiro Silva/Futura Press/Folhapress O tesoureiro do PT

Depois do mensaleiro Delúbio Soares, condenado por corrupção ativa, mais um tesoureiro do PT está enrascado com a Polícia. Depois de denunciado por três delatores da Operação Lava Jato – Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, e agora o ex-gerente Pedro Barusco, João Vaccari Neto foi levado à força para prestar depoimento sobre as denúncias de corrupção na Petrobras. Procurado em casa pela Polícia Federal, o tesoureiro não quis abrir a porta, e os agentes tiveram que pular o muro da residência para cumprir mandado de condução coercitiva. Vaccari não tinha escolha: ir ou não ir à Polícia não era a questão. Ele foi obrigado a comparecer.

Pois, bem, em delação premiada – aquela em que você não pode mentir, nem denunciar algo sem provas – Pedro Barusco afirmou que o PT recebeu US$ 200 milhões de dólares em propina proveniente de contratos firmados pela Petrobras, entre 2003 e 2013.

Somente pelas mãos do Tesoureiro do Partido dos Trabalhadores passou a quantia de US$ 50 milhões de dólares.

O ex-gerente Pedro Barusco confirmou as acusações dos outros dois delatores, ou seja, de que até 2% dos valores de contratos feitos pela Petobras eram divididos entre dirigentes da estatal e partidos políticos, a saber PP, PMDB e PT.

De acordo com o Ministério Público e a Polícia Federal, o tesoureiro do PT operava no fundo de pensão Petros, e sua cunhada, Marice Lima, recebeu dinheiro da empreiteira, OAS, uma das envolvidas no esquema do Petrolão.

Em nota, o advogado de João Vaccari Neto disse que o PT não faz caixa 2, nem tem conta no exterior e somente recebe doações legais – acredite se quiser.

Ainda não há acusação formal contra o tesoureiro do PT, mas seu passado é, no mínimo, comprometedor. Quando presidiu a Bancoop, foi acusado de desviar recursos da cooperativa para abastecer o caixa 2 de campanhas do PT, inclusive a que elegeu Lula presidente. É réu em processo por estelionato, formação de quadriha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Vaccari Neto também foi suspeito de cobrar propina para financiar o famoso Mensalão.

O cerco está se fechando agora não só para as empreiteiras, mas também para os partidos políticos e a bola da vez é o PT.

A fase “MY WAY” da Lava Jato pode revelar de que forma escusa e ilegal agiam políticos e partidos para enriquecer ilicitamente e se agigantar no poder.

É… eles fizeram tudo do jeito deles.

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