Maranhão foi a voz do Brasil no exterior

  • Por Caio Blinder
  • 10/05/2016 09h32
  • BlueSky
Plenário do Senado durante sessão solene do Congresso Nacional destinada à promulgação da Emenda Constitucional 85/2015, que altera e adiciona dispositivos na Constituição Federal para atualizar o tratamento das atividades de ciência, tecnologia e inovação. Em pronunciamento, deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Geraldo Magela / Agência Senado Waldir Maranhão
No começo desta semana, o Maranhão foi a voz do Brasil no exterior, falo do Walmir Maranhão, o obscuro deputado que tem alguns momentos de fama, de infâmia, com sua encrenca, sua chicana, nos estertores do governo Dilma. 
Sua decisão de anular o processo de impeachment rapidamente ganhou destaque nos sites dos principais jornais do mundo. E as expressões nada edificantes para a imagem do Brasil foram se sucedendo: caos, tumulto, incerteza, um giro inesperado. Uma das expressões que vi, no site da revista Newsweek, era que o Brasil vive em um estado de confusão.
Além do registro em si deste estado de confusão e, na verdade, em função dele, poucos órgãos da imprensa internacional tomaram o caminho mais ousado de fazer uma análise imediata da decisão de Waldir Maranhão. A opção era o registro desta confusão ou meramente andar de muletas retóricas dizendo que o Brasil vivia uma nova etapa de incertezas.
Apenas no final da segunda-feira (9), o panorama ficou mais certo e se tornou escancarada a pantonima encenada por Maranhão, reflexo do desespero do lulopetismo para se agarrar ou inventar qualquer tábua de salvação quando afunda.
Meu voto de louvor na cobertura internacional sobre o estado de confusão no Brasil vai para o noticiário do grupo Bloomberg, rápido no gatilho. Já no começo da tarde de segunda-feira, a Bloomberg tratou a chicana de Waldir Maranhão como uma chicana, ou, na sua expressão, mais como uma falha na máquina que vai conduzir ao impeachment de Dilma Rousseff.
Com seu público alvo de investidores, a Bloomberg salilentou que a manobra causou algum tumulto nos mercados e ressaltou que para os analistas que a decisão de Maranhão não era suficiente para salvar o mandato da presidente. 
No entanto, serviu para evidenciar como é vulnerável o processo de impeachment a desafios legais. E isto pode manter o Brasil no limbo por mais tempo do que se imaginava.
  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.