Marco Rubio e Ted Cruz destacam-se em debate como alternativas republicanas

  • Por Caio Blinder/ JP Nova Iorque
  • 12/11/2015 12h50
EFE/Cj Gunther e Reprodução/ Google + Marco Rubio e Ted Cruz

Teremos mais de um mês para descansar até o próximo debate entre os candidatos presidenciais republicanos nos Estados Unidos. De qualquer forma, o embate retórico está perdendo o brilho circense que eletrizou os americanos nas primeiras rodadas, rendendo audiência de novela ou de reality-show.

O debate da terça-feira à noite foi marcado por mais substância e menos ataques pessoais e exuberância teatral. Isto quer dizer que o rei do show deixou de ser Donald Trump, o bilionário bufão e autopromocional. Ele ainda apronta como na sua tirada machista contra a única mulher entre os candidatos, Carly Fiorina.

No entanto, com menos candidatos no palco, desta vez foram oito e não dez, e com os moderadores empenhados em não dar corda para ataques pessoais, Trump tem menos oxigênio. O debate portanto perde a qualidade cênica e existe espaço para o melhor desempenho de candidatos mais articulados e familiares com detalhes de temas áridos como política tributária.

Vencedores neste formato são os filhos de cubanos, Marco Rubio e Ted Cruz. O primeiro é senador pela Flórida e o segundo, pelo Texas. Ambos são é claro conservadores, mas Cruz é muito mais, um dos favoritos da base evangélica do Partido Republicano e linha dura contra imigrantes ilegais.

Rubio desponta cada vez mais como o favorito dos grandes doadores republicanos, adeptos de um conservadorismo não extremado. O jovem senador de 44 anos sinaliza renovação, encarna o sonho americano de que qualquer um pode chegar na Casa Branca, ou seja, não precisa ser filho ou irmão de presidente como Jeb Bush, ou mulher de um, como a democrata Hillary Clinton. A campanha de Jeb, um debatedor medíocre e incapaz de ter empatia com a aguerrida e muito conservadora base do partido, parece estar chegando ao fim da linha.

De sua parte, Ted Cruz aposta em um desgaste do espetáculo Trump e a constatação de que o neurocirurgião Ben Carson, o favorito dos evangélicos, simplesmente perca o gás diante do seu desconhecimento de fatos básicos de economia e política externa. Até agora, Trump e Carson se mostram perseverantes. Seus simpatizantes não se preocupam com o festival de insultos e asneiras que ambos exibem na campanha.

Cruz se mostra um sólido candidato, porta-voz dos ultraconservadores. Minha aposta por enquanto é que entre os republicanos o duelo final será entre Trump e Rubio. Do lado democrata, claro, nenhum suspense. Será Hillary Clinton.

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