Marina dá declaração infeliz e se considera ungida de Deus

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2014 13h43

Nêumanne, por que Marina se considera uma espécie de ungida de Deus, com mais vigor e força ainda, depois da queda do avião com o candidato à Presidência na chapa que ela ocupa como vice?

Há duas leituras que podem ser feitas da infelicidade da declaração da Marina Silva a respeito da queda do cessna no qual morreu o candidado à Presidência do Partido Socialista Brasileiro, Eduardo Campos.

Ela disse que agradece a divina providência não ter embarcado naquele avião. É uma declaração controversa para uma pessoa que se diz um cristã devota, uma evangélica fundamentalista.

Afinal, não seria Eduardo Campos também um filho de Deus? Por que Deus protegeria Marina e não ao Eduardo? Esse é um tipo de comportamento que é muito discutido por Cristopher Hitchens no seu último livro, sobre sua doença fatal, e deixa uma pergunta no ar: por que o cristão sempre atribui à divina providência, a Deus, a intervenção de um santo, o fato dele ter se livrado um apuro, mesmo quando uma outra pessao não se livrou do mesmo apuro?

Por que, critica Hitchens, uma pessoa de muita fé acredita tanto na possibilidade de se curar de uma doença se a morte está prevista?

Marina vai morrer, como Eduardo morreu, mas podia ter evitado essa, até porque as pedras nas quais estão construídas o Viaduto do Chá sabem que Marina não entrou no avião porque detesta Marcio França, presidente do PSB em São Paulo, e não queria encontrá-lo. Márcio França é candidato à vice na chapa de Alckmin em São Paulo, que ela não quer ver eleito.

A segunda leitura é que Marina começa com essa frase a se mostrar para o eleitorada como uma predestinada, como alguém que entrou nessa disputa no dia em que perdeu o registro da Rede e aí ela só vai poder subir na medida em que o eleitor comum, e não apenas o evangélico, qualquer cidadão pode passar a acreditar que ela é uma pessoa ungida por Deus pra ser Presidente.

Esse é um problema grave, tanto para Aécio Neves, quanto pra Dilma. Uma campanha emocionada, com Eduardo discursando, e Marina Silva e Renata Campos chorando, é uma campanha difícil de bater em qualquer turno.

 

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