Marina Silva: não existe ex-lulista

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2017 07h56
Divulgação/ Facebook Marina Silva - Div

Uma vez escrevi que não havia ex-petista. A afirmação faz efeito, mas não se sustenta. O que não há — e assim reformo meu diagnóstico — é ex-lulista.

É precária a linha moral que aparta o homem público independente do covarde; o prudente do oportunista. O silêncio que sugere a monja é o mesmo que ilumina o omisso. Falo de Marina Silva. Seu único trunfo, manjado, decorre da combinação entre a espantosa capacidade de desaparecer em momentos críticos, como que para se colocar mesmo acima da atividade política, e o consequente reinvestimento no discurso da não-política, ora valorizado por tampouco estar entre os citados nas delações da Odebrecht. Ninguém se lembrará de suas relações com os governos petistas no Acre, nem se aprofundará em investigar se é possível ser tão puro quem se associou a Eduardo Campos em 2014 e lhe herdou o lugar.

Se é verdade que possui algum capital eleitoral próprio, verdade também é que disputará uma eleição presidencial pela primeira vez em um partido inexistente, a Rede, ainda menor que o inexpressivo PV (onde estava em 2010). Ela torce para não ter Lula — de quem foi ministra e a quem jamais criticou diretamente — como adversário, ou teria anulada, por falta de combatividade (e demolidora reverência), a sua campanha.

Marina Silva será candidata em 2018 — mas apenas para que verifiquemos o equivalente eleitoral de seu encolhimento político.

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