Medo do terror nos EUA afeta debate político e cotidiano dos americanos

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2015 10h05
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EFE/MIKE NELSON Velas e bandeiras dos EUA em homenagem às vítimas do tiroteio em San Bernardino

Carente de confiança popular, o presidente Barack Obama quer acalmar os americanos sobre a ameaça terrorista, enquanto seus adversários republicanos, especialmente os candidatos presidenciais, fazem o que podem para criar um cenário apocalíptico.

Este é o estado da nação americana quando começam os feriados de fim de ano. O medo do terror retornou com uma intensidade que não se via desde os medonhos atentados de 11 de setembro de 2001. A preocupação, é claro, foi disparada com os ataques em Paris e em San Bernardino, na Califórnia.

O temor coletivo afeta de forma passional o debate político e também mexe cada vez mais com o cotidiano dos americanos. Para dar uma medida, um trote telefônico com ameaça de bomba levou ao fechamento na terça-feira de todas as escolas de Los Angeles, a segunda cidade dos Estados Unidos. Vários parques temáticos como Disney e Universal reforçaram sua segurança.

No debate dos candidatos nas primárias presidenciais republicanas na terça-feira, a retórica de alguns era simplesmente histérica, com promessas de derrotar o terror islâmico sem nenhum realismo.

E obviamente, o governo Obama foi bombardeado sem cessar pelos republicanos, acusado de permitir a ascensão do movimento terrorista Estado Islâmico e de não ter uma política coerente para combatê-lo.

Exageros à parte, o democrata Obama tem parcela da responsabilidade. Podemos dizer que a culpa é bipartidária, pois a origem do Estado Islâmico está no Iraque invadido em 2003 pelo republicano George W. Bush.

Diante de tanta ansiedade popular, Obama quis transmitir na quinta-feira uma mensagem de calma, ressaltando que não existem informações específicas sobre um novo ataque terrorista. Ele pediu que todos permaneçam vigilantes diante da dificuldade de detectar atacantes solitários ou um casal jihadista como o que foi responsável pelo massacre de 14 pessoas na Califórnia no começo do mês. Obama novamente fez um apelo para que a comunidade muçulmana não seja demonizada pelos americanos.

O fato é que o candidato republicano que demoniza os muçulmanos, o bilionário Donald Trump, lidera a corrida das primárias, enquanto 80% dos americanos acreditam que haverá um novo ataque terrorista nos próximos meses.

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